Por Bianca Seppa
Março – Apesar da melhora na economia em geral, em destaque o avanço positivo do setor da construção que cresceu 4,3%(2024/IBGE), o desafio para sobreviver no varejo brasileiro continua imenso. Muitos lojistas de material de construção tem buscado caminhos “menos danosos” para fugir da política SURREAL de juros altos mantida pelo Banco Central, em torno de 13,25%, é já apontando chegar ao patamar de 15% no segundo semestre.
Na ponta dos negócios, diretamente ligado ao cliente final, o comerciante Lucas Lima Peçanha, 52 anos, dono de uma pequena loja de material de construção, no Bairro de Cavalcanti, Zona Norte- RJ tem sentido os efeitos do aperto na economia real: “Rapaz, tá muito difícil. Os meus clientes sumiram por falta de crédito e porque os meus preços ficaram mais caros em decorrência de vários fatores extras, além disso os grandes Home Centers, que possuem preços bem baixos fizeram o meu faturamento cair 70%. Tive que vender meus 02 caminhões e fiquei só com uma pick up. Em 2012, bons tempos, cheguei a ter 12 funcionários, além da minha esposa e eu na loja ou seja éramos 14 pessoas ao total. Neste ano, somos 03 funcionários. Para sobreviver com o meu negócio, uso a pick up para fazer entregas especiais após pedidos feito pela redes sociais ou WhatsApp. Outra forma de manter as vendas é focar em cima de produtos pequenos(colas, fitas adesivas e acessórios) que o cliente possa retirar direto na loja”, finalizou o comerciante carioca.
De acordo com o boletim(Fevereiro/2025) da Fundação Getúlio Vargas – FGV, a tendência de aumento nos custos do setor de construção é reforçada pela taxa acumulada em 12 meses, que atingiu 7,18%. Esse resultado representa um avanço expressivo em comparação com fevereiro de 2024, quando o índice acumulava alta de 3,23% no mesmo período.