Evento gratuito promovido pelo Instituto Mulheres do Imobiliário contou com a presença de grandes nomes do setor debatendo sobre as inovações para o futuro da cidade carioca
O Centro do Rio de Janeiro sediou o seminário Mulheres e Inovação, com o tema “Construindo o futuro do mercado imobiliário: sustentabilidade, (diver)cidade e novos instrumentos urbanos”. Realizado no Sinduscon-Rio, o evento gratuito e aberto ao público contou com a participação de especialistas, líderes empresariais e representantes de instituições públicas e privadas, promovendo um diálogo sobre inclusão, sustentabilidade e inovação no setor imobiliário.
Durante o encontro, foi destacado a importância de novas práticas sustentáveis em empreendimentos “Minha Casa, Minha Vida” no painel “Construção Sustentável – Práticas Sustentáveis Cariocas”, mediado pela CEO do Concreto Rosa, Geisa Garibaldi. O tema causou um grande debate em torno dos custos e dos itens necessários para as construtoras inserirem neste projeto do Governo, bem como, a importância de capacitar a sociedade para habitar nestes imóveis.
Segundo dados do Governo, no último ano foram entregues mais de 21 mil unidades habitacionais e outras 22 mil, paralisadas, tiveram suas obras retomadas. Foram contratadas mais de 500 mil novas moradias, e a meta do Governo Federal é garantir a contratação de dois milhões até 2026.
No entanto, engenheiros, arquitetos e construtoras ainda encontram dificuldades em deixar essas moradias mais sustentáveis, devido ao custo de produção e da instalação de materiais sustentáveis como painel solar, captação de água da chuva e madeira engenheirada.
Para a fundadora e CEO do Instituto Mulheres do Imobiliário, Elisa Rosenthal, o momento exige uma reflexão aprofundada sobre a construção de moradias que sejam não apenas acessíveis, mas também sustentáveis e promotoras de qualidade de vida para os moradores. “Estamos em um ponto decisivo: é fundamental considerar o impacto dos nossos projetos tanto na vida das pessoas quanto no meio ambiente.
A inclusão de tecnologias sustentáveis no ‘Minha Casa, Minha Vida’ vai além de uma necessidade ambiental — é uma maneira de dignificar o dia a dia de quem vai viver nesses espaços. Porém, para que esses materiais e recursos sustentáveis possam ser incorporados de forma viável, é essencial que órgãos públicos e incorporadoras colaborem para encontrar soluções de custo acessível,” afirmou Rosenthal.
A programação incluiu ainda o painel “Novo Plano Diretor Carioca – O que esperar para 2025”, onde foi comentado sobre as políticas urbanas voltadas para uma cidade mais inclusiva e sustentável, ressaltando o papel da legislação na revitalização do centro do Rio e o impacto desses valores na regeneração urbana. As palestras exploraram novas abordagens de urbanização que dialogam com a pluralidade da população e integram soluções para redução das desigualdades.
“Estamos em um momento em que o mercado imobiliário e o governo carioca precisam repensar na reestruturação de pontos estratégicos, como o centro do Rio de Janeiro. A criação de empreendimentos sustentáveis e de ambientes acessíveis e ecológicos deve ser uma prioridade para garantir o futuro das próximas gerações e a qualidade de vida de todos os cidadãos”, afirma Eisa.
O seminário abordou também o uso de tecnologias na construção de cidades inteligentes e a criação de políticas habitacionais inclusivas, oferecendo um espaço de troca e inspiração. Entre os palestrantes, estavam Tiago Miranda, diretor da Fator Realty; Gisele Santos, advogada; Valéria Hazan, Laura Di Base, entre outros nomes importantes do mercado que compartilharam cases de sucesso e debateram os desafios e oportunidades para implementar práticas inovadoras, ecológicas e acessíveis no mercado.
O Encontro Regional RJ do Instituto Mulheres do Imobiliário reafirmou a relevância de um mercado imobiliário que valorize a diversidade e priorize a sustentabilidade. Essas discussões são fundamentais para preparar o setor para os desafios do futuro, promovendo cidades mais justas e habitáveis para todos.