Um banheiro para chamar de SEU: Instituto Fazendinhando constrói área de lavabo que não existia em uma casa de 4 m²

O projeto foi realizado na residência de um morador da comunidade do Jardim Colombo, a partir de materiais doados e recursos reaproveitados

São Paulo, 2023 – No dia 11 de setembro, o Instituto Fazendinhando apresentou a finalização de uma reforma em uma casa de 4 m², localizada na comunidade do Jardim Colombo, Zona Oeste de São Paulo.

 

O projeto da arquiteta e ativista social Ester Carro buscou soluções para proporcionar um lar mais digno e saudável ao morador Francisco da Silva, 59, – popularmente conhecido como Tiquinho em seu bairro. Isso porque o ambiente não tinha banheiro e a cama ficava suspensa no teto.

Moradia digna. Crédito: André Del Casalle

Conforme dados coletados em 2019 pela Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, cerca de 15 milhões de brasileiros moram em habitações com alguma condição precária ou com riscos de segurança. O levantamento também destacou que 21,3% da população vive em casas sem banheiros, construídas com restos de madeira ou outras situações.

Após diversas avaliações no espaço, as obras iniciaram no final de abril de 2023, por meio do Fazendolar – pilar do Instituto responsável por reformas em moradias precárias. Hoje, a casa possui áreas e elementos com funções básicas. Porém, antes, Francisco nem imaginava essa possibilidade no lugar em que mora. “Eu não tinha espaço para nada. Até para me movimentar tinha que ser calculado”, ele relata.

 

Para obter o resultado, o processo foi dividido em duas etapas. O primeiro passo foi a construção do banheiro debaixo de uma escada que leva ao andar da casa vizinha. “Desde o começo da obra, o Tiquinho já estava com esse cômodo, porque antes ele não conseguia nem fazer suas necessidades básicas”, destaca Ester

O espaço foi revestido por azulejos brancos, com a incorporação de vaso sanitário, pia, chuveiro e um espelho largo, instalado conforme as características do ambiente. Desde o início, a reforma foi feita a partir de materiais adquiridos de doações.

 

Lavabo em casa de 4 m². Crédito: André Del Casalle

“Antes de começar a obra, iniciamos uma campanha para arrecadar recursos, principalmente para a parte de marcenaria”, diz Ester. Para a arquiteta, essa foi uma das fases mais desafiadoras, pois, no começo, ela e sua equipe enfrentaram dificuldades para conseguir os materiais necessários. “Como a casa é muito pequena, ela precisava ser totalmente adaptada.”

 

No decorrer do projeto, Ester participou da CASACOR 2023, com a apresentação de seu espaço chamado “MOTIRÕ”. Nele, a arquiteta representou a arquitetura social e o morar em lares pequenos nas periferias. Além de provocar uma reflexão no público, a exposição também serviu para o Instituto reaproveitar diversos recursos.

 

“Com a desmontagem do evento, conseguimos levar revestimentos e gabinetes para a casa do Tiquinho”, conta Ester. Ainda, algumas aquisições foram feitas nos comércios da própria comunidade, fomentando a economia local.

Assim, a obra também conseguiu avançar a segunda etapa, que teve como objetivo elevar a cama do morador a partir do nivelamento do piso e da aplicação de uma estrutura de madeira.

 

Franciso relata que o projeto de ampliação da sua casa teve um grande impacto na sua vida. “Me ajudou muito e levantou minha autoestima. Tinham muitas coisas que eu precisava, como ter o conforto no meu espaço e o meu banheiro”, conta.

Aliás, ele auxiliou na reforma, juntamente com voluntários e com mulheres capacitadas pelo pilar Fazendeiras. Francisco ressalta a importância de ter um lugar para se higienizar, para dormir com mais aconchego e, até mesmo, para armazenar seus alimentos com mais comodidade.

 

“Somos gratos à SUM Engenharia, pela doação de materiais, bem como os outros doadores que fizeram parte da campanha. Também agradecemos à #CASACOR, CASACOR Sustentável, Plataforma Caos Planejado e RPN Cobogó pelo apoio ao projeto”, finaliza Ester.

 

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