Saneamento: A importância da obra que não se vê

Paulo Bittar

Maio, 2022 – O saneamento básico no Brasil ainda precisa avançar muito. Segundo o último ranking do Saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil, quase 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. O marco do saneamento básico veio para mudar essa realidade e transformar a vida das pessoas, dando melhores condições sanitárias para nosso imenso País. Mas é possível contribuir e modificar esse cenário?

Paulo Bittar

Mesmo com números tão altos, a universalização do saneamento básico tem grande potencial e ainda pode gerar um volume significativo de benefícios socioeconômicos em menos de 20 anos. Dados do ano passado estimavam em mais de R$ 1,4 trilhões em benefícios, afinal uma população que tem acesso à água potável e rede de esgoto produz mais, fica menos doente e tem disposição para novas atividades. Diante disso, a sociedade em geral precisa olhar para o saneamento básico como elemento essencial para o desenvolvimento do País. E qual o papel de cada um?

Em primeiro lugar, cada cidadão deve prezar pela sua qualidade de vida. Economia de água e destinação correta do lixo deve ser uma ação básica de cada um de nós, afinal a contribuição social pode parecer pequena, mas na contabilidade global, uma pequena iniciativa faz toda a diferença. Já as empresas têm um papel fundamental nessa jornada, pois quanto mais o mundo empresarial oferecer opções viáveis, que causem menos interferências na vida cotidiana, mais resultados são conquistados.

O saneamento básico é uma obra de engenharia que não se vê, mas que muito se traz. São inúmeros empregos gerados, melhores condições de saúde que se gera, oferta de oportunidades com a melhoria da região, etc. Por isso, a Passarelli Engenharia e Construção vem atuando no setor de saneamento básico há mais de 50 anos com metodologias de engenharia que garantam o menor impacto à população, como o uso do shield, por exemplo, para que esse princípio da vida humana seja acessível a todos.

Investir e promover saneamento básico também traz satisfação. Temos atuado em várias regiões no território nacional e, muito mais do que o negócio, é uma obra que traz a sensação de dever cumprido. Só no Ceará, onde a Passarelli vem atuando nos últimos 5 anos foram gerados 6 mil empregos diretos e indiretos, executados 40 km de canais, implementadas e implementando 5 estações de tratamento de água e esgoto. Outro exemplo é a região metropolitana de Maceió (AL), cujas obras de ampliação dos serviços de saneamento de água e esgoto começaram neste ano e já estão trazendo resultados para a população local, gerando, em 4 meses, mais de 344 empregos diretos e, pelo menos, outros 300 indiretos.

São obras que transformam a vida das pessoas. 

No Sudeste, não foi diferente. A empresa empregou mais de 1000 pessoas e atuou em obras em prol do saneamento de regiões chave do Rio de Janeiro, deixando de despejar 2969 litros de esgoto por dia na Baía de Guanabara. Em São Paulo, cidade em que a empresa iniciou sua atuação em saneamento, a Passarelli atuou recentemente no projeto de despoluição do Rio Pinheiros, que levou saúde, qualidade de vida e dignidade para população da encosta dos córregos Pedreira e Pirajuçara, conectando o esgoto das casas aos coletores tronco – não somente deixando de despejar os dejetos nos córregos, mas, principalmente, trazendo mais saúde aos moradores destas casas. São aproximadamente 600 litros por segundo de esgoto que antes poluíam o Rio Pinheiros e que hoje são encaminhados para tratamento na Estação de Tratamento de Barueri.

Exemplos como esses mostram a grandeza de uma obra não vista. O marco do saneamento tem possibilitado aos municípios e estados investir mais recursos para cumprir as metas de universalização até 2033. Ainda de acordo com o Trata Brasil, ao cumprir com as metas de universalização do saneamento básico, o País terá benefícios líquidos na ordem de R$ 815,7 bilhões de reais em 19 anos (2021-2040), já com os custos descontados. O setor com o maior ganho é a produtividade do trabalho, em que os benefícios irão ultrapassar R$ 437 bilhões nesse período. E, olhar para esse horizonte, só reforça que há um grande potencial para transformar o País por meio do saneamento.

Paulo Bittar é CEO da Passarelli Engenharia e Construção

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