Mercado de Trabalho: Jovem Aprendiz: transportadora estimula programa na formação de colaboradores

Segundo Relatório de Impacto do Instituto Ramacrisna desenvolvido pela startup ImpactLAB em 2019, empresas que investem na contratação de Jovem Aprendizes da instituição chegam a economizar, em média, R$ 834 com recrutamento, treinamento e adaptação. De acordo com o estudo, de cada dez adolescentes participantes do programa, dois tendem a ser contratados e ao menos um deles permanece na empresa por mais de quatro anos.

Para Joyce Filus, coordenadora de gestão da Ghelere, transportadora atuante há mais de 40 anos e com matriz em Cascavel, no Paraná, “o programa Jovem Aprendiz oferece uma oportunidade de mão dupla: o jovem pode se descobrir como profissional e aprender sobre o que se identifica ou não dentro das atividades; nós, como empresa, temos o privilégio de receber pessoas com sangue novo e com energia e que podem ser orientadas e treinadas e terem o perfil de profissional que buscamos na Ghelere”, destaca ela.

A aderência dessa proposta decorre não só da Lei do Aprendiz, em vigor desde 2000, mas também da possibilidade de empresas atenderem aos jovens que buscam sua primeira experiência no mercado de trabalho. Atualmente o programa inclui estudantes entre 14 e 24 anos e deve ser adotado por instituições com sete pessoas ou mais e interessadas em valorizar a juventude.

Iniciativas como essa, que facilitam a inserção no mundo corporativo, necessitam ser implantadas nas organizações para benefício próprio. Quando o profissional é treinado dentro do espaço em que trabalhará e é capacitado para operar alinhado à cultura e ao padrão da empresa, há uma maior chance de ele ser bem-sucedido naquela carreira e de contribuir de forma efetiva para o crescimento da companhia.

A analista de gestão de pessoas júnior, Isabel Rocha, começou na Ghelere como Jovem Aprendiz e após oito meses foi efetivada na transportadora. Ela relata como a iniciativa ajudou a decidir qual carreira seguiria: “Quando comecei estava muito confusa sobre qual área deveria seguir, mas por meio do programa consegui abrir os meus olhos  pela experiência e aprendizado que consegui”.

O mundo do trabalho é temido, principalmente pelos recém-chegados que não possuem referências e que temem a recusa ao procurar o primeiro emprego. Dados do Ministério da Economia mostram que jovens representam mais de 30% da população em busca de trabalho de acordo com recorte de agosto de 2021, daí a importância de incentivar essa parcela tão influente no futuro do mercado profissional.

O Dia Internacional do Jovem Trabalhador (Aprendiz), 24 de abril, foi definido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) justamente com o propósito de valorizar a inserção dos jovens. A existência dessa valorização é essencial e deve ser transformada em atitudes, pois, devido ao medo de recusas e às poucas referências trabalhistas, os jovens temem principalmente esse primeiro contato.

Isabel diz que “temia que seria excluída na empresa por ser do programa, mas aconteceu o contrário”. Ela conta: “Por causa desta valorização de cada colaborador, independente de cargos, eu passei a admirar a Ghelere. Para os jovens, acredito que isto seja um bom conselho: por mais simples que seja, supere as expectativas e esteja aberto a críticas construtivas, porque podem te transformar em um aprendiz de sucesso”, sobre a experiência.

Considerar a perspectiva dos participantes levanta a questão das barreiras que o início pode impor ao desenvolvimento das carreiras. Uma oportunidade de contribuir para a formação profissional e para a composição do caráter, para o entendimento de mundo e para formação de conceitos, de normas e de ritmo de trabalho será um enorme desafio, e este é o momento de as companhias se colocarem como referência e de mostrarem apoio aos jovens.

“Muito do que for aprendido nesta fase vai compor o perfil de profissional que essa pessoa levará para o resto da vida. Logo, entendemos como muito relevante tudo que será ensinado e trabalhado com esses jovens, uma vez que vemos a empresa como o molde que formará esses profissionais, seja para o mercado de trabalho, seja para cargos futuros na própria empresa – que é, inclusive, nosso foco com o programa –, e indicamos aos nossos parceiros que invistam, pois o retorno é produtivo”, finaliza Joyce.

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