“Estamos entusiasmados por trabalhar com nossos parceiros de longa data, e seus insights foram fundamentais para construir um produto atraente que será útil para muitos tipos diferentes de organizações”, disse Lane Becker, diretora sênior da Wikimedia.
O valor do acordo não foi revelado, mas a dona da Wikipédia garantiu que o site, assim com os outros serviços deles, continuarão sendo gratuitos.
Não é só nas páginas de buscas que o Google exibe as informações da Wikipédia.
Uma barra lateral (chamada de “painel de informações”) com o resumo dos principais resultados de uma pesquisa também utiliza grande parte do conteúdo da biblioteca virtual e, muitas vezes, sem dar os devidos créditos — o que gerou reclamações da empresa, segundo a agência AFP.
Tim Palmer, diretor administrativo de parcerias de pesquisa do Google, disse que as duas companhias são parceiras antigas, o que deve continuar com o acordo do Enterprise:
“Há muito tempo apoiamos a Wikimedia Foundation em busca de nossos objetivos compartilhados de expandir o conhecimento e o acesso à informação para pessoas em todos os lugares. Esperamos aprofundar nossa parceria com a Wikimedia Enterprise.”
O novo serviço da Wikimedia está disponível para organizações e empresas de qualquer tamanho, que podem se inscrever para uma avaliação gratuita de quais e como os conteúdos podem ser utilizados por elas.
Google faz acordos para pagamento de conteúdo de jornais
O Google, assim como as maiores big techs de mídia social, está sendo pressionado em várias partes do mundo para o pagamento de conteúdo de empresas jornalísticas.
O movimento começou na Austrália, quando a empresa se viu obrigada por lei a pagar pelo uso de notícias dos veículos locais.
Depois, foi a vez da França buscar remuneração do conteúdo jornalístico pelos grandes da mídia digital, mas as negociações iniciais não agradaram ao setor nem ao órgão regulador do país, que, em agosto do ano passado, aplicou uma multa de 500 milhões de euros ao Google.
Meses depois, a empresa de buscas chegou a um acordo com uma aliança de jornais do país para remunerar os editores pela exibição de conteúdo produzido por eles em buscas online.
Em maio, uma movimentação mais ampla coordenada na Europa fez o Google anunciar novos acordos com mais de 300 empresas de mídia, além de uma ferramenta que permitirá a veículos o licenciamento de trechos de suas matérias para exibição em buscas.
Todos esses avanços, no entanto, não impediram o Google de resistir duramente a um projeto de lei do Canadá que, assim como as outras nações, também quer obrigar o buscador online a pagar empresas de mídia pelo seu conteúdo.
O projeto canadense, segundo o Google, “quebraria” o seu mecanismo de busca e criaria um “padrão inferior” para o jornalismo do país, prejudicando toda a população que busca informação de qualidade.
Apresentado pelo ministro do Patrimônio do Canadá, Pablo Rodriguez, em abril, o Online News Act busca amenizar os impactos dos últimos anos no setor de imprensa com a revolução das big techs.
O buscador, porém, acusou o governo canadense de usar uma ampla definição para “negócios de notícias elegíveis” e de não exigir que os meios de comunicação qualificados sigam os padrões jornalísticos básicos.