Agosto, 2019 – “Os números positivos da construção civil, observados em algumas bases de comparação, não indicam que o setor não enfrenta dificuldades. Ao contrário, ainda falta muito para recuperar a queda registrada nos últimos cinco anos.” A avaliação é do economista Daniel Furletti, coordenador sindical do Sinduscon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais. Ele ressalta que, depois de dois trimestres consecutivos registrando queda, a construção civil voltou a crescer. De acordo com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor apresentou alta de 1,9% de abril a junho em relação ao trimestre anterior. Nesse mesmo período, a economia nacional cresceu 0,4%, o que indica que o país não está em recessão técnica.
Outro importante resultado do PIB e que merece ser muito destacado: depois de 20 trimestres consecutivos de queda (em relação a igual período do ano anterior) a Construção cresceu 2,0% no segundo trimestre deste ano. O incremento de 11, 8% nos lançamentos imobiliários no País, nesta mesma base de comparação, pode ter contribuído para esse resultado. Conforme estudo “Indicadores Imobiliários Nacionais” divulgado pela Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, no segundo trimestre de 2018 os lançamentos totalizaram 27.381 unidades enquanto, no mesmo período deste ano, foram 30.607.
O grande destaque do PIB no segundo trimestre foi o crescimento de 3,2% do investimento, também depois de registrar queda por dois trimestres consecutivos. Este resultado pode ser justificado pelo incremento observado na Construção Civil. O setor é o principal componente dos investimentos no País. Neste contexto, é importante ressaltar que a recuperação do investimento é essencial para a retomada do crescimento. De 2014 a 2018 a economia nacional apresentou queda de 4,1% em seu PIB. Neste mesmo período, o investimento registrou queda de 26,4% e a Construção Civil caiu 27,7%.
Apesar de ainda indicarem um ritmo muito lento, os dados do PIB trazem um alento e reforçam as expectativas mais positivas para o segundo semestre do ano. O avanço da reforma da previdência, a inflação sob controle, os juros mais baixos e a nova modalidade de financiamento imobiliário podem dar um maior dinamismo para a Construção.
No primeiro semestre do ano, quando comparado a igual período do ano anterior, os números indicam relativa estabilidade no desempenho da Construção: queda de 0,1%. Mesmo com esse resultado, o setor foi responsável pela geração de 58.760 novas vagas com carteira assinada no período.
Fonte: Imprensa/Sinduscon-MG