AEERJ convoca candidatos para debater projetos para Construção Civil

Eleições 2016

Rio – Saber o que os candidatos à prefeitura do Rio propõem para a cidade e, em especial para o Setor da Construção Civil tem sido uma tarefa da Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro (AEERJ), nestas últimas semanas. Já participaram dos debates na sede da entidade, no Centro do Rio, Carlos Osório (PSDB), com 4% e Índio da Costa (PSD), com 6%, ambos com índices de pesquisa eleitoral em crescimento. Ainda faltam os candidatos Marcelo Crivella – PRB (1º), Marcello Freixo – PSOL (2º), Jandira Feghali – PC do B (3º) e Pedro Paulo – PMDB (4º), que por enquanto, não confirmaram suas presenças, após vários convites feitos pela AEERJ.

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Luiz Fernando, Presidente da AEERJ.

Para o presidente da AEERJ, Luiz Fernando dos Santos Reis, o futuro da engenharia brasileira está em jogo neste momento. Não há solução mágica para crescermos rapidamente. O importante é sentarmos todos juntos e discutirmos soluções para essa crise. Em entrevista concedida para o site do Jornal da Construção Civil, Luiz Fernando cobra compromisso dos candidatos a prefeitos do Rio e região metropolitana.

JCC – Qual a proposta da AEERJ para os prefeitos do Rio, em relação às obras?

Luiz Fernando – Critérios de cobrança e de responsabilidade para que possamos cumprir com qualidade e executar a obra no prazo, pelo preço definido, mas, a prefeitura ele tem que pagar em dia. Ainda, cobramos que a prefeitura tem que ter projeto, licença ambiental, desapropriações realizadas, de tal maneira que a obra possa começar no dia marcado e terminar no prazo previsto, com um preço justo e não com o preço feito entre “colchetes”, como a prefeitura costuma fazer.

JCC – A Qualidade da Construção Civil no Brasil está em jogo?

Luiz Fernando – O Brasil criou e foi o único país na América do Sul e talvez na América Latina, com exceção do México(tinha muita empresa de fora) que criou uma cultura de engenharia e um grupo de empresas , de excelência em nível mundial. Tanto que as empresas saíram daqui do Brasil e foram exportar serviços em outros países.  Então, isso é um diferencial que o Brasil sempre teve.  Diferencial que estamos em risco de perder no momento. Porque o governo em vez de incentivar, face a crise que está acontecendo, o crescimento de empresas de porte médio, preparando editais e concorrências compatíveis com os tamanhos dessas empresas, que permitam ela ganhar, crescer e se desenvolver, o governo está tentando manter o mesmo nível de pacote e abrir para o mercado externo. Isso não vai dá certo. Já vi isso no passado. Nossas leis trabalhistas são extremamente arcaicas. São leis que as empresas estrangeiras não estão acostumadas com essas leis. A parte legal, de impostos e contabilidade, eles (construtoras estrangeiras), também não tem como atenderem. Então, se o Brasil abrir para o mercado externo, considerando, que o mercado externo vai suprir a deficiência e lacuna deixada pelas grandes empreiteiras, que temporariamente, digo, temporariamente estão fora, eles (construtoras estrangeiras) terá uma surpresa desagradável. 

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Valorizar a engenharia brasileira é umas das metas da AEERJ. Foto: JCC

 JCC – Qual a posição da AEERJ em relação ao Programa de Parcerias para investimentos -PPI?

Luis Fernando – A PPI é um aspecto diferente da execução de obras. A PPI não significa que os concessionários ou que os proprietários da PPP venham a executar as obras. Eles podem ser investidores que estejam participando dos projetos e venham contratar empresas brasileiras. É um critério que pode até dá certo. O Programa é certo, o projeto é certo. Tem que fazer isso mesmo, em maior dimensão, para estado e município, em diferentes tamanhos. A AEERJ tem buscado muito incentivar as PPP´s e concessões, em tamanhos pequenos para seus associados. Agora não é obrigatório que seja uma construtora que venha ganhar uma PMI ou que venha ganhar uma concessão ou uma PPP, e, nesse caso podem ser parcerias entre grupos brasileiros e estrangeiros.

JCC – Deixe uma mensagem para o Brasil?

Luiz Fernando – Minha mensagem é de esperança. Esperança a médio e longo prazo, eu infelizmente não vejo uma saída a curto prazo. Ninguém tem uma varinha de condão, para dizer que amanhã estaremos resolvendo essa crise. O Brasil hoje tem uma equipe econômica de primeiríssimo nível, equipe econômica que pode resgatar uma credibilidade perdida, que pode colocar o país dentro do rumo, é, que dentro do prazo de um ano, ano e meio comece a ver os frutos disso. Comece a ver o mercado de obras de novo para as empresas de construção do Brasil voltarem a assumir o papel de protagonista que elas têm.

Para isso, nós queremos que os projetos sejam feitos de uma forma diferente.  Seja de uma forma transparente, que haja projetos executivos, que as concorrências tenham preços compatíveis com os projetos que fazem. Não adianta ter uma especificação suíça e um preço brasileiro, queremos preço que combine com especificação que está feita e que as obras possam ser feitas e executadas dentro do prazo. E o mais importante sempre buscando o benefício da população.

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