Biogás é esperança de transformação social para africanos sem acesso à energia

Financiamento coletivo foi lançado para viabilizar curso sobre biogás; meta é que os africanos consigam gerar a própria energia elétrica e térmica.

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Divulgação.

Agosto, 2016O brilho nos olhos de quem nunca viu funcionar um fogão a gás. A força de quem corre o risco de ser atacado por animais para buscar lenha. Problemas respiratórios causados pela queima da lenha dentro das residências. Não é apenas um, são muitos que passam por isso – todos os dias – no segundo continente mais populoso do mundo: a África. Por isso, o financiamento coletivo Energia para África foi lançado nesta segunda-feira (1º). A ação beneficente tem como objetivo mobilizar o maior número de pessoas possível sobre os problemas sociais, causados pela falta de energia elétrica e térmica, em comunidades africanas.

Nesta etapa inicial serão arrecadados R$ 20 mil para atender 50 líderes comunitários, que poderão aprender a gerar sua própria energia com dejetos de animais, produzir biofertilizante para utilização em pequenas plantações e, ainda, fomentar o saneamento básico em suas comunidades. O curso será adaptado às necessidades específicas deles, com arquivos de fácil acesso remoto, além de turmas em português e inglês.

Uma das inspirações para o projeto foi Bachir Afonso. Ele vive no Parque Nacional das Quirimbas, em Moçambique, com 135 mil habitantes, onde 95% da população não tem acesso à energia térmica e, muito menos, elétrica. “Viver sem energia é uma pedra no sapato, que você nem consegue andar porque lhe incomoda. E isso nos incomoda muito, porque sabemos que assim, sem energia, nunca vamos conseguir melhorar a nossa vida”, desabafa Bachir.

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Bachir Afonso aprendeu a produzir biogás e comemora resultado do uso do biofertilizante nas hortas comunitárias em Moçambique. Créditos: CIBiogás

O líder comunitário esteve no Brasil no ano passado e levou na bagagem uma série de conhecimentos adquiridos no CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás), em Foz do Iguaçu (PR). Ele passou um mês recebendo treinamentos e visitando pequenas e grandes propriedades rurais que geram energia elétrica, térmica e veicular por meio do biogás.

Quando voltou para casa, conseguiu transformar todas as expectativas em realidade e – aos poucos – está mudando a vida e a paisagem do Parque das Quirimbas. Hoje, ele produz biogás, por meio de um pequeno biodigestor, que utiliza para o cozimento de alimentos, aproveitando o biofertilizante para adubar hortas comunitárias, que antes eram muito pouco produtivas.

Além de gerar energia , o uso de resíduos de pescados, dejetos e o esgoto para sua geração permite sanar outros grandes problemas, como a redução de odores, infestação de insetos e roedores causadores de doenças como a cólera e a malária. “O biogás resolveu vários de nossos problemas, porque é uma energia limpa e ambientalmente amigável. Mudou muita coisa a nosso redor e para muito melhor”, ressalta.

Como ajudar

As doações podem ser feitas diretamente no site www.catarse.me/energytoafrica. Não há limite mínimo ou máximo. A campanha será encerrada no próximo dia 1º de outubro. Após o prazo, os valores só serão repassados se o financiamento alcançar a meta estipulada.

O que é biogás?

O biogás é uma mistura de gases composta principalmente por metano e dióxido de carbono, obtida normalmente através do tratamento de resíduos domésticos, agropecuários e industriais, por meio de processo de biodegradação anaeróbia, ou seja, na ausência de oxigênio.

Nas comunidades mais carentes no continente africano, o processo de formação do biogás reduziria a poluição do ambiente e consequentemente as doenças transmitidas pela falta de saneamento e esgoto adequados (tratamento de biomassa), produziria adubo orgânico (resíduos não utilizados na produção de biogás) e biogás, que poderia ser utilizado para a utilização térmica (que reduziria a queima de florestas) ou elétrica, ambas com grande deficit de produção no continente africano.

Saiba mais: https://www.catarse.me/energytoafrica

Facebook:facebook.com/energytoafrica
Twitter: @energytoafrica 

Fonte: Assessoria de Imprensa Cibiogas 

 

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