Vendas no varejo de material de construção caem 7% em abril, sobre março

Desempenho ficou 2% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, setor teve retração de 11%

As vendas no varejo de material de construção tiveram retração de 7% no mês de abril na comparação com março deste ano. O desempenho ficou 2% abaixo do registrado em abril de 2015. Com isso, o setor teve retração de 6% nos últimos 12 meses, e de 11% no acumulado do ano.

FREI CANECA LOJA
Liquidação tem sido a saída de algumas lojas do setor de material de construção para enfrentar a crise.Foto: JCC

Os dados são do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Anamaco, com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil, Anfacer e Siamfesp. O levantamento ouviu 530 lojistas, das cinco regiões do país, entre os dias 26 e 30 de abril. A margem de erro é de 4,3%.

Segundo o levantamento, a região Centro-Oeste foi a que apresentou melhor resultado no mês, com crescimento de 2% sobre março. Já as demais regiões retraíram com diferentes índices. No Nordeste, a queda foi de 5%, seguida pelo Norte, que teve desempenho negativo de 7%. As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores retrações: -9% e -10%, respectivamente.

Entre as categorias pesquisadas, telhas de fibrocimento foi a que apresentou maior queda no mês (-7%) seguida de louças sanitárias (-6%), tintas (-5%) e revestimentos cerâmicos (-5%). Fechaduras, ferragens e metais sanitários não apresentaram variação com relação ao mês anterior.

Os números negativos, no entanto, não surpreenderam o presidente da Anamaco, Cláudio Conz. “Tradicionalmente, abril não é um bom mês para o setor, mas para completar tivemos o mês com menos chuvas em 16 anos. As chuvas atrapalham quando estão acontecendo, obrigando o consumidor a adiar as obras, mas a falta delas também prejudica o nosso setor, pois acaba gerando menos manutenção ou estragos e, consequentemente, menos demanda por obras”, declara.

Segundo Conz, o resultado no mês também reflete o atual cenário político e econômico do País. “Toda vez que temos um cenário como o atual, as pessoas tendem a segurar novos investimentos e a evitar gastos, com medo do futuro incerto. O bolso do consumidor é um só e nele nós concorremos com diversos outros setores, como alimentos, vestuário, eletroeletrônicos. Sempre digo que obra é uma coisa que as pessoas precisam planejar. Ninguém acorda de manhã com vontade de comprar azulejo”, completa.

Ainda de acordo com a “Pesquisa Tracking Anamaco”, os lojistas estão divididos quanto ao que esperar do mês de maio. 44% deles acredita que as vendas ficarão estáveis no mês, enquanto 43% acham que venderão mais. Cerca de 13% acha que o mês será de retração.

Já a confiança no Governo melhorou de 21% para 34%, o que impactou positivamente a intenção de contratar funcionários no próximo mês, que cresceu em todas as regiões. Cerca de 33% dos entrevistados pretende fazer novos investimentos nos próximos 12 meses.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *