#PetrobrasFicanaBaciadeCampos: Sem investimentos da Petrobras mais de 1.000 lojas fecharam as portas em Campos nos últimos dois anos

Rio de Janeiro, 5 de novembro de 2020 – “Quando a Petrobras começa a desinvestir e o mercado do petróleo começa a desempregar, esse fluxo econômico é impactante. Foi o que senti no meu negócio em Macaé e também em Campos, pois temos uma influência muito grande dos petroleiros”. Desta forma, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Leonardo Castro de Abreu, sintetizou o impacto da política de desinvestimentos da Petrobras no comércio da região, em participação na live do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF), na última quarta-feira (4).

De acordo com ele, a estimativa é que cerca de 1.000 lojas no comércio de Campos fecharam suas portas nos últimos dois anos, antes da pandemia de Covid-19, a maioria na área central da cidade. As principais causas, explicou o presidente da ACIC, são as demissões de profissionais da Petrobras, somadas ao período em que o Estado e Prefeitura ficaram sem pagar o funcionalismo. Em apenas quatro anos (entre 2015 e 2019), segundo dados do CAGED, do Ministério do Trabalho, quase 41.500 pessoas perderam seus empregos em Campos (29.868) e Macaé (11.598). Os setores de comércio e serviços foram fortemente afetados: neste período, Campos e Macaé perderam 21.143 postos de trabalho formais nestes setores, sendo 5.156 no comércio e 15.987 nos serviços.

Sem Investimentos da Petrobras, cidade de Campos-RJ sofre grave crise financeira. Foto: Blog Planície

Para ele, é essencial um maior engajamento e mobilização da classe política da região nesta pauta. “Vejo que os políticos estão muito inertes a toda essa situação, se eles percebessem a importância que nossos recursos e a Petrobras têm, teriam outro comportamento. Não vejo vontade dos políticos da nossa região e do Estado em brigar para que isso não mais aconteça”, afirmou Abreu, que já trabalhou na Petrobras por 22 anos na área de produção.

Agora, como empresário, ele sente na pele a política de desinvestimento da Petrobras na Bacia de Campos. “Eu tinha uma loja de alimentos há sete anos, em um prédio de escritórios da Petrobrás, em Macaé. Tinha um movimento de varejo muito bom, justamente de funcionários da Petrobras, que estavam no edifício e na redondeza. Quando a empresa deu início aos desinvestimentos em Macaé, os escritórios fecharam e o ponto de venda ficou insustentável”, lembrou o presidente da ACIC.

Com o desemprego acentuado, disse Abreu, toda a economia sente o reflexo, já que a renda também cai. “É uma bola de neve. Primeiro vem o corte nos bens de consumo; em seguida, moradia, escola… Isso desencadeia um problema de giro de capital na cidade muito grande, pois quando você diminui seu giro financeiro, também interfere na arrecadação da Prefeitura”, observou ele, mirando um futuro desafiador para Campos e Macaé. “E o que vai ser de 2021? Uma coisa é o que esperamos em termos de giro financeiro, outra é a incerteza política. Aqui, em Campos, temos 11 candidatos a prefeito. Só espero que a gente eleja um prefeito consciente. Precisamos tirar essa instabilidade política, pois isso também interfere na questão econômica”, comentou a liderança empresarial.

Na visão dele, a Petrobras tem um papel social muito importante, pois gera riqueza e emprego, o que ajuda a circular a economia. “Se a Petrobras vender seus poços e suas plataformas e se tornar uma empresa privada, não vai manter os empregos na mesma proporção. A empresa privada que está entrando quer ver o resultado imediato. O tempo da empresa privada é muito mais curto que o da Petrobras. Ela precisa ver um resultado em um tempo reduzido com o menor custo possível. E quando o poço parar de produzir, ela vai fechar, pois não vai valer o investimento”, finalizou.

O convidado para a próxima live, que acontece na sexta-feira (6), às 18 horas, é o economista Ranulfo Vidigal. As transmissões fazem parte da campanha Petrobrás Fica na Bacia de Campos, do SindipetroNF e visam debater os impactos econômicos e sociais da política de desinvestimentos da companhia na região com lideranças dos trabalhadores, empresários, economistas e representantes da sociedade civil.

Fonte: SINDIPETRO NF

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