Moradores protestam no aeroporto do Galeão-RJ contra remoções promovidas pela Aeronáutica para beneficiar rede privada D´OR

S.O.S MARACAJÁS 

Rio, Outubro, 2017Participe do Ato Público S.O.S MARACAJÁS contra as remoções nesta 4a. feira, dia 11/10, a partir de 6h da manhã com concentração na Estrada Maracajá, 514, Galeão, partindo em seguida na direção ao Aeroporto Internacional do Galeão, Ilha do Governador.

São 70 anos de desapropriações indevidas, descabidas e arbitrarias, por parte do GOVERNO FEDERAL e PREFEITURA DA AERONÁUTICA DO GALEÃO.

S.O.S MARACAJÁS. Moradores lutam contra remoções promovida pela Aeronaútica. Divulgação

Iniciou-se com EMPRESAS E FAZENDAS na década de 1930 & 1940, para construção das instalações do AEROPORTO INTERNACIONAL DO GALEÃO. E nas décadas posteriores até a presente data, sítios e casas de moradores cujas suas famílias datam da época de Dom Pedro I. Para a construção de apartamentos para militares da AERONAÚTICA, foram desapropriadas famílias que não receberam indenizações até hoje. Na RADIO SONDA famílias estão sendo removidas a força sem direito a defesa e indenizações. Na Estrada Maracajas famílias estão sendo expulsas de suas casas pela especulação imobiliária e arrendamento do terreno para iniciativa privada construir um Hospital da REDE DÓR, tudo patrocinado pela UNIÃO (AERONÁUTICA).

O ecologista Sérgio Ricardo alerta que “neste momento, está em curso um novo ciclo de remoções na cidade do Rio de Janeiro que ameaça mais de 20 mil famílias de baixo poder aquisitivo. Trata-se da continuidade da mesma política de racismo ambiental institucional que durante o período dos mega eventos internacionais, que culminou com as Olimpíadas de 2016, despejou arbitrariamente de suas moradias mais de 67.000 pessoas de baixa renda.”

Com a privatização do AEROPORTO se intensificaram os processos de desapropriações, não sendo interessante que terrenos com pequenas moradias centenárias e sem valor comercial. Ocupassem uma região descrita como classe média e com terrenos muito valiosos.

O PEU (Plano de Estruturação Urbana) da ILHA DO GOVERNADOR não reconhecia o direito á moradia no bairro do Galeão que apresenta elevado interesse imobiliário da iniciativa privada: o PEU priorizava as INSTALAÇÕES MILITARES & INICIATIVAS PRIVADAS COMO o AEROPORTO e seu entorno.

Os MORADORES da ESTRADA MARACAJÁS estão sendo removidos de suas residências seculares, por interesse da iniciativa privada REDE D´OR DE HOSPITAIS, mascarada pela AERONAUTICA com interesse de arrendamento das terras para iniciativa privada. A referida REDE DE HOSPITAIS já demonstrou interesse na área e falou que só negocia com a UNIÃO  (AERONAUTICA), se a mesma remover os moradores que encontram-se, em divisa com instalações de uma antiga concessionária de veículos. Onde há o interesse originalmente em construir o HOSPITAL. O JUIZ MARCELO BARBI GOMSALVES da 21° VARA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, por duas vezes concedeu liminar para remoção das famílias, em 30 dias com uso de força POLICIAL.  Não se deu ao trabalho de ler a defesa dos REUS e está sendo relapso e tendencioso mantendo liminar. Podendo vir a prejudicar várias famílias, idosos e crianças. Que não tem para onde ir, pois toda sua vida e gerações foram construídas de forma honesta e honrosa no local.

Toda história das famílias inicia-se antes de 1900, onde só haviam poucas casas de pescadores na ESTRADA do GALEÃO ainda sem pavimento e as referidas casas se encontravam entre TRAVESSA OLIVEIRA, ESTRADA MARACAJÁS E AVENIDA 20 DE JANEIRO.

Desde o século XIX quando DOM PEDRO I abre a região para caça e reside durante alguns momentos em seu palacete na região. Já haviam as fazendas SÃO BENTO E SANTA CRUZ e com o fim do IMPÉRIO e início da REPUBLICA na parte ocidental da ilha até os limites da fazenda, implanta-se uma colônia de alienados, que em 1918 foi assinado decreto passando o terreno e edificações para UNIÃO.

Em 1920 foi instalada a BASE DA AVIAÇÃO NAVAL na ponta do GALEÃO, e em 1940/50 foi assinado novo decreto cedendo áreas para ampliação da BASE AÉREA DO GALEÃO e INSTALAÇÕES MILITARES.

Algumas dessas famílias desde antes de 1900 residindo no local, observaram famílias e amigos sendo expulsos pelo GOVERNO E MILITARES, sem nenhuma indenização.  Toda a construção e modificação de sua região, por construções e aterramentos feitos devido a construção do AEROPORTO.

Depois de décadas e gerações querem retirar famílias, que deram suas vidas para manter o que tinham, suas casas “seu teto”. Hoje muitos não têm para onde ir, pois suas vidas estão em suas casas. Há ainda presente uma idosa de 93 anos que sempre morou na mesma residência e que hoje necessita de cuidados.

Somente queremos julgamentos justos e direito à moradia.

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