Hackathon para desenvolvedores negros tem inscrições abertas

Dezembro de 2019 — No Vale do Silício, referência global em tecnologia, duas das maiores empresas contam com apenas 2% de funcionários negros. Aqui no Brasil, um país com 54,9% da população negra e parda, na área de engenharia e computação, 92% dos trabalhadores são brancos, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para propiciar olhares diferentes e variadas vivências para a inovação, a 99jobs — HRtech que trabalha com a inclusão de grupos minorizados no mercado de trabalho, realiza a primeira edição do Community Hack nos dias 14 e 15 de dezembro, em São Paulo.

O evento vai reunir profissionais negros e negras da área de programação e desenvolvimento para uma maratona de desafios, aprendizados, mentorias e co-criação. Serão 32 vagas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até dia 11/12 no link: http://bit.ly/2LuZzMX.

Imersão
O Hackathon terá uma imersão intensiva de 36 horas. A aplicabilidade de novas tecnologias para contribuir com a inclusão de grupos minorizados no mercado de trabalho faz parte dos desafios propostos na imersão.

Empresas que já estão enxergando a necessidade de se pensar a inovação por diferentes olhares, culturas e visões de mundo participarão levando mentores – todos negros – para auxiliar a maratona de desafios, e contar sobre os projetos inclusivos dos quais já participaram. Entre elas: Magazine Luiza, Itaú, Cielo, Pulse Raizen, Grupo Boticário e Mercado Livre.

Para Du Migliano, co-fundador da 99jobs, o caso emblemático que se deu no ano passado de uma tecnologia — uma saboneteira automática muito comum em banheiros públicos — que não reconhecia a pele negra e, com isso, não liberava o líquido para lavar as mãos dos negros é só um exemplo da falta de pluralidade dentro das companhias de tecnologia.

Ele analisa que: assim como essa tecnologia poderia ter sido desenvolvida ou testada por uma gama mais diversa de indivíduos com tons de pele variáveis, abrangendo a diversidade social existente, outras inovações tecnológicas, inclusive no recrutamento e seleção para o mercado de trabalho, devem considerar essa diversidade.

“A tecnologia de um chatbot para recrutamento, representado por uma jovem negra para o processo seletivo de um banco, por exemplo, permitiu mostrar que o banco não é só para homens brancos, e isso gerou uma identificação em pessoas de variadas etnias, que se inscreveram para se candidatar a vagas no Brasil inteiro. A tendência é que as inovações tecnológicas despertem esse sentimento de representatividade e que gerem negócios, ideias, e ambientes cada vez mais plurais e para todos”, finaliza.

Serviço: Community Hack
Data: dias 14 e 15 de dezembro
Horários: sábado (14/12) das 10h às 19h30 e domingo (15/12) das 8h às 18h30
Local: Estação Hack do Facebook
Endereço: Avenida Paulista, 1374 (We Work) — São Paulo/SP.
Inscrições: http://bit.ly/2LuZzMX.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *