Greve dos Petroleiros: FUP e sindicatos entram com petição no TST com propostas para a solução do impasse com a Petrobrás

Rio de Janeiro, fevereiro de 2020 – O Departamento Jurídico da Federação Única dos Petroleiros (FUP) deu entrada na tarde da quinta-feira (13/2) no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em uma petição direcionada ao ministro Ives Gandra. O documento propõe soluções para o impasse entre a Petrobrás e os petroleiros, que estão em greve nacional desde 1º de fevereiro.

Na petição, a categoria reforça que está disposta a negociar e suspender o movimento, como propõe desde antes de a greve ser deflagrada. Entretanto, a suspensão do movimento somente ocorrerá se a Petrobrás suspender imediatamente as dispensas coletivas na Fafen-PR; suspender a aplicação das novas tabelas de turno em suas unidades operacionais e também de suas subsidiárias; e retomar as negociações sobre estes e outros temas relativos ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com garantia de que esse período de negociação não seja inferior a 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Com isso, os petroleiros esperam sensibilizar o ministro Ives Gandra, que se dispôs a mediar o impasse entre a categoria e a Petrobrás.

FUP ALERTA PARA RISCO DE DESABASTECIMENTO

A FUP e seus sindicatos reforçam que estão há 13 dias em greve tentando reverter as demissões em massa na Fafen-PR. A Petrobrás, no entanto, não aceita negociar com os sindicatos e tenta criminalizar a greve dos petroleiros, mentindo para o Judiciário.

3 e 4 – Manifestação em defesa da Petrobrás e dos trabalhadores da Fafen-PR no Centro do Rio. Foto: FUP

Os grevistas buscam cumprir as condições determinadas pela Justiça, mas a atual gestão da Petrobrás não está permitindo que os efetivos das unidades assumam suas funções para aumentar a produção e reduzir os preços dos derivados de petróleo.

Com isso, a Petrobrás quer colocar a população contra os petroleiros, culpando os grevistas por um possível desabastecimento que venha a ocorrer – o que não é verdade. Se isso acontecer, a culpa será da intransigência dos gestores, e não da greve, já que os trabalhadores estão buscando negociar desde antes da deflagração do movimento, sem ter qualquer retorno da companhia.

Temendo o desabastecimento, a FUP alerta a população para que fique atenta. Sobretudo por temer que a direção da Petrobrás possa provocar de forma premeditada a falta de produtos em algumas regiões do país.

“O fechamento de fábricas e a venda de refinarias aumentam o desemprego no país e pesam no bolso da população, que já sofre com os preços abusivos dos combustíveis. O que a FUP quer garantir são os empregos e preços justos para o gás de cozinha, a gasolina e o diesel”, reforça Deyvid Bacelar, diretor da FUP e integrante da Comissão Permanente de Negociação, que ocupa pacificamente uma sala do edifício-sede da Petrobrás há duas semanas.

Greve Petroleiros – Cinelândia-Rio. Foto: FUP

MOBILIZAÇÕES: COMBUSTÍVEIS A PREÇO JUSTO E MANIFESTAÇÃO

A FUP e seus sindicatos promoveram hoje e realizam também amanhã a Campanha dos Combustíveis a Preço Justo. Na quinta (13/2), campanha aconteceu em seis estados (RJ, ES, BA, AM, RS, PE). Em alguns locais, os petroleiros venderam botijões de gás de cozinha com preços em torno de R$ 40 – o preço médio do botijão no Brasil é de R$ 70. Em outros, houve distribuição de vouchers para compra de gasolina com desconto.

No gás de cozinha, a diferença no preço se refere basicamente às margens altíssimas de revenda e distribuição (45,6%) que são repassadas para a população, em sua maioria pessoas de baixa renda. Sem contar o valor da produção do gás de cozinha ou os custos de importação do produto. Para a FUP, a Petrobrás pode subsidiar uma pequena parcela de sua margem na produção, já que o gás de cozinha representa apenas 5% da receita da empresa. E ainda pode reduzir em um terço o custo de distribuição sem alterar o valor de revenda.

Campanha dos Combustíveis a Preço Justo em Belford Roxo (RJ): 50 botijões de gás de cozinha a R$ 25 para moradores do bairro Lote XV. Foto: FUP

Além disso, os petroleiros realizaram na tarde desta quinta-feira, no Centro do Rio, uma manifestação em defesa da Petrobrás e pela redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha. A concentração foi na Candelária, e os manifestantes seguiram até à Cinelândia.

 

BALANÇO DA GREVE NACIONAL

Nesta quinta-feira (13/2), a greve somou 113 unidades, em 13 estados, com mais de 20 mil petroleiros mobilizados. São 53 plataformas, 23 terminais, 11 refinarias e mais 23 outras unidades operacionais e três bases administrativas (ver lista abaixo).

Na Bacia de Campos, houve adesões de três plataformas nesta quarta e quinta-feiras. Até o momento, 33 de um total de 39 plataformas da região aderiram ao movimento. Em Manaus, a greve também ganhou o reforço dos trabalhadores das termelétricas Jaraqui e Tambaqui.

Campanha dos Combustíveis a Preço Justo em Belford Roxo (RJ): 50 botijões de gás de cozinha a R$ 25 para moradores do bairro Lote XV. Foto: FUP

QUADRO NACIONAL DA GREVE – 13 DE FEVEREIRO

53 plataformas

11 refinarias

23 terminais

7 campos terrestres

7 termelétricas

3 UTGs

1 usina de biocombustível

1 fábrica de fertilizantes

1 fábrica de lubrificantes

1 usina de processamento de xisto

2 unidades industriais

3 bases administrativas

POR ESTADO

Amazonas

Termelétrica de Jaraqui

Termelétrica de Tambaqui

Terminal de Coari (TACoari)

Refinaria de Manaus (Reman)

Ceará

Plataformas – 9

Terminal de Mucuripe

Temelétrica TermoCeará

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)

Rio Grande do Norte

Plataformas – PUB-2 e PUB-3

Ativo Industrial de Guamaré (AIG)

Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais

Pernambuco

Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

Terminal Aquaviário de Suape

Bahia

Terminal de Candeias

Terminal de Catu

UO-BA – 7 áreas de produção terrestre

Refinaria Landulpho Alves (Rlam)

Terminal Madre de Deus

Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)

Espírito Santo

Plataforma FPSO-58

Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)

Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)

Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)

Sede administrativa da Base 61

Minas Gerais

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)

Refinaria Gabriel Passos (Regap)

Rio de Janeiro

Plataformas (37) – PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)

Terminal de Campos Elíseos (Tecam)

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)

Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)

Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

São Paulo

Terminal de São Caetano do Sul

Terminal de Guararema

Terminal de Barueri

Refinaria de Paulínia (Replan)

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)

Plataformas (04) – Mexilhão, P66, P67 e P69

Terminal de Alemoa

Terminal de São Sebastiao

Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)

Termelétrica Cubatão (UTE Euzébio Rocha)

Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos

Terminal de Pilões

Mato Grosso do Sul

Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)

Paraná

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)

Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)

Terminal de Paranaguá (Tepar)

Santa Catarina

Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)

Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)

Terminal de Guaramirim (Temirim)

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)

Base administrativa de Joinville (Ediville)

Rio Grande do Sul

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)

Fonte: Imprensa/FUP

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