Efeito Bolsonaro: Vendas de cimento desaceleram em agosto

Setembro, 2021 – As vendas de cimento em agosto seguiram a tendência de arrefecimento iniciada em maio, em linha com as previsões mais recentes do setor. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), esse desempenho deve-se principalmente pela desaceleração da comercialização destinada a autoconstrução.

Conforme demonstram os principais indicadores, as vendas de materiais de construção¹, particularmente do cimento, começaram a perder folego em virtude da menor renda da população, crescente endividamento das famílias – atingiu 58,5%, o maior valor de toda a série histórica iniciada em 2005 -, alto nível de desemprego², diminuição do auxílio emergencial e elevação das taxas de juros e inflação.

No entanto, a continuidade das obras³ e das vendas imobiliárias4 continuam sendo as principais razões e vetores de consumo do produto. Outro fator percebido, foi uma leve melhora na demanda do insumo pelas obras de infraestrutura.

O volume de vendas de cimento em agosto totalizou 5,9 milhões de toneladas, um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2020. O acumulado do ano (janeiro a agosto) registrou um total de 43,4 milhões de toneladas vendidas, aumento de 11,4% comparado ao mesmo período do ano passado. O desempenho da indústria até agosto registrou uma perda de 2 p.p. em relação a julho, reduzindo ganhos de 13,4% para 11,4%, ou seja, queda de 14,9%.

Ao se analisar a venda de cimento por dia útil em agosto, 244,3 mil toneladas, houve crescimento de 1,5% sobre julho deste ano e queda de 1 % em relação a agosto de 2020.

A preocupação central do setor é com relação ao aumento generalizado dos custos de produção, principalmente energia térmica e elétrica e outros insumos taxados em dólar.

“O aumento das vendas de imóveis residenciais em elevado patamar vem contribuindo para o bom desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. A autoconstrução, que já perde folego com o crescente endividamento das famílias, continua tendo um papel importante na comercialização da commodity. A preocupação central da indústria do cimento é com o significativo aumento do custo de produção, aliado a inflação que corrói a renda do consumidor. O coque, maior custo da indústria, que em 2020 aumentou 125%, já registra um acréscimo de 72% em 2021. Outros insumos como energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários também registram forte incremento de preços.” , disse Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC

 

Fontes:

 ABRAMAT

 PNAD

ABRAINC

CBIC

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