Conferência aborda geração e comercialização de biogás em aterros sanitários

Setembro, 2019 – Especialistas alemães e brasileiros estiveram reunidos no dia 10 de setembro para debater formas de financiamento, modelos de negócios e as mais novas tecnologias e soluções disponíveis durante o evento Brasil-Alemanha sobre Geração e Comercialização de Biogás em Aterros Sanitário, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio).

Dividido em quatro painéis, o evento abordou a geração e comercialização do biogás de aterro nos dois países e contou com a participação do moderador Frank Eibisch, da BC Berlin Consult GmbH, Alessandro Sanches, da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), Ulrich Sawetzki, representando a Powerlinkinvest, e Wolf Christian Traxel, da NEvisio GmbH. Alessandro traçou um panorama do biogás de aterro sanitário no Brasil, principalmente sua geração e comercialização.

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“Antes, a regulação limitava a fonte da biomassa, e por isso o biogás que era produzido como recurso do serviço de saneamentos não podia ser comercializado, como biometano. Hoje, ela define qual a qualidade do produto produzido e não determina qual insumo podemos usar. Porque assim, não há o banimento dos serviços de saneamento, principalmente o biogás proveniente dos aterros” afirmou. De acordo com Alessandro, versatilidade do biogás é enorme, e seu potencial teórico é muito significativo. “Podemos, por exemplo, substituir cerca de 40% do consumo de energia elétrica total do país, se transformado em biometano, esse potencial consegue substituir 70% do diesel, mas atualmente somente 2% de todo esse potencial foi realizado” disse o representante da ABiogás, complementando que, no geral, o biogás está preparado para tirar proveito da distribuição regional de matérias-primas encontrada no Brasil.

Sawetzki e Traxel explicaram como funciona o modelo de negócios e financiamento para geração de biogás na Alemanha. Ulrich, por exemplo, apresentou opções de financiamento na area, como: crowdfunding, Instituições e empresas privadas que buscam certificados ou títulos climáticos e outros. Além de apontar os riscos e vantagens de escolher este último. Traxel destacou a importância de profissionais atuando nessas negociações, tanto na parte econômica, quanto técnica, como os consórcios. “Um consórcio forte corrige interfaces e faz com que o projeto seja bem-sucedido”, disse.

O terceiro painel apresentou um modelo de consórcio alemão, formado por um grupo de empresas para fornecedoras de soluções para aterros sanitários e para otimização da geração de biogás nos mesmos, principalmente. Entre os representantes estavam Roman Dinslage, Intecus – projeto e reabilitação de aterros sanitários; Dr. Wolf Heer, GCG – simulação e testes para produção otimizada de gás, Christian Etzkorn, da Awite – análise, monitoramento e automação de biogás; e Alfred Buchner, 2G Energietechnik – geração de energia de alta eficiência e limpeza de gás.

No quarto e último painel, foi feita a apresentação “Best practices do setor no Brasil”. Guilherme Gonçalves, da ProteGee, explicou o projeto de cooperação técnica entre Brasil e Alemanha para promover uma gestão sustentável e integrada de resíduos sólidos urbanos (RSU), que ainda busca preservar os recursos naturais e reduzir o uso de energia e a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Melina Uchida, da Ecometano, apresentou alguns motivos para a produção do biometano, como promoção da política nacional de resíduos sólidos, redução de emissões de gases de efeito estufa, tratando o gás do aterro sanitário atualmente, produção de energia a partir de fontes renováveis e geração de empregos e empoderamento. Já Ingrid Person, da Ternium Brasil, apresentou o papel do aço na descarbonização da economia global e destacou a importância da substituição do gás natural fóssil pelo biometano, um gás natural renovável.

Fonte: Imprensa/AHK Rio

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