Brasil precisa de investimentos em infraestrutura para garantir direitos e melhorar a economia, diz Lula

Durante entrevista na manhã de hoje, 31, à rádio Bandeirantes de Porto Alegre (RS), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu investimentos pesados em infraestrutura para garantir direitos e cidadania ao povo brasileiro e gerar crescimento econômico. O ex-presidente lembrou que ainda é preciso levar água potável, saneamento, cuidar da saúde e educação e isso é possível por meio de um programa de investimentos em obras de infraestrutura, como o PAC.

LULA lidera pesquisas eleitorais para presidente 2022. Divulgação

Lula citou o Programa de Aceleração do Crescimento como um exemplo de plano anticíclico que ajudou o Brasil a atravessar a crise financeira mundial de 2008. “É importante lembrar o significado da crise do Lehman Brothers em 2008, o que aconteceu na economia brasileira. Quando eu falei que ia ser uma marolinha é porque nós estávamos fazendo uma política econômica anticíclica. Você está lembrado que nós tínhamos lançado o PAC em fevereiro de 2007, quando a crise chegou, a gente tava com uma decisão de fazer investimento em infraestrutura extraordinária, ora dinheiro do Orçamento, ora dinheiro de financiamento do BNDES em todos os estados da federação“, recordou ele.

Segundo o ex-presidente, esse foco na infraestrutura é possível devido ao fato de que o Brasil, por suas dimensões e necessidade de investimentos pesados, ainda tem muito a fazer nessa área, diferentemente de outros países como os europeus.

“É possível fazer isso agora, o Brasil é um país sui generis, porque nós, diferente de um país acabado como a Alemanha, como a França que está tudo certinho, todas as ruas asfaltadas, tudo com saneamento básico, aqui temos uma quantidade enorme de infraestrutura a ser realizada para a gente garantir o direito de cidadania do povo brasileiro. Ainda é preciso levar água potável, ainda é preciso levar saneamento para milhões de brasileiros, luz elétrica, é preciso cuidar da Saúde, cuidar da Educação, cuidar de tantas coisas que nós poderemos ter um alto programa de investimentos em obras de infraestrutura”, ressaltou.

Recuperação econômica

Lula também destacou que, em seu primeiro mandato, pegou o país em condições financeiras fragilizadas e, graças a uma política econômica voltada ao desenvolvimento, conseguiu controlar a inflação, reduzir a dívida pública e realizar as maiores políticas de inclusão social da história nacional.

“Quando eu ganhei as eleições em 2002, tomei posse com a seguinte situação: os economistas de esquerda no Brasil diziam que o país estava quebrado e seria praticamente impossível governar. Nós tínhamos uma dívida com o FMI de US$ 30 bilhões, uma pequena reserva que não dava sequer para pagar nossas importações e uma dívida interna pública de 65% do PIB, uma inflação de 12% e 12% de desempregados”, lembrou o ex-presidente.

O quadro, disse ele, mudou. “O que aconteceu pouco tempo depois? Nós pagamos os 30 bilhões que devíamos para o FMI e deixamos de ser devedores para sermos credores, emprestamos US$ 15 bilhões para o FMI. Nós não tínhamos o hábito de ter reservas internacionais e por isso o Brasil era muito vulnerável às inflexões da política no mundo inteiro, fizemos uma reserva de US$ 370 bilhões. Reduzimos a dívida pública de 65 para 32% do PIB fazendo a maior política de inclusão social que este país já conheceu, e colocamos a inflação durante quase todo meu mandato dentro da meta de 4,5%”, declarou. “Sabe qual é o melhor jeito de diminuir a dívida pública em relação ao PIB? É aumentar o PIB, não é cortar mais investimento”.

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