A energia limpa do Nordeste: região é referência em energia solar e eólica

Abril, 2021 – A Região Nordeste é destaque na produção de energia limpa e renovável no Brasil. Além de detentora de 86% dos parques eólicos nacionais, também iniciou o ano de 2021 com recordes na geração de energia solar, consolidando-se como referência no uso de fontes alternativas. Essa realidade tem ocasionado impactos ambientais e socioeconômicos positivos.

Caracterizada pelos fortes ventos, a região é o maior polo de produção de energia eólica no Brasil. Do total de 695 parques existentes, 599 estão distribuídos entre os estados de Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Sergipe, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Os altos níveis de radiação solar dão ao Nordeste grande potencial para gerar energia solar fotovoltaica. Em março deste ano, alcançou dois recordes nessa produção. O primeiro ocorreu no dia 4, quando acumulou 541 MW médios, o que seria suficiente para abastecer por um dia o Estado do Piauí ou o de Sergipe, conforme informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O segundo recorde aconteceu no dia seguinte, 5 de março, quando o montante acumulado foi de 544 MW médios. “A energia gerada seria o suficiente para abastecer por seis horas todo o Estado de Pernambuco”, calcula o ONS em nota no site oficial.

Impactos ambientais e socioeconômicos

As energias solar e eólica são renováveis, sustentáveis, não poluentes e, portanto, mais vantajosas ao meio ambiente. Estudos recentes mostram, ainda, os impactos socioeconômicos para quem as utiliza.

Um comparativo feito entre municípios brasileiros que receberam parques eólicos e outros que não receberam revelou crescimento de 21,15% do Produto Interno Bruto (PIB) daqueles que integram o primeiro grupo. Já o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) avançou 20% nos mesmos municípios.

As análises estão disponíveis no estudo “Impactos Socioeconômicos e Ambientais da Geração de Energia Eólica no Brasil”, realizado pela empresa de consultoria GO Associados, em julho de 2020. O documento destaca que “os investimentos no setor aquecem a economia local através de seus efeitos multiplicadores, gerando emprego, renda e arrecadação tributária”.

Já o “Guia de Energia Solar Fotovoltaica”, publicado pelo Sebrae em 2015, apresenta as vantagens para as micro e pequenas empresas, tais como a redução de custos, a facilidade para a instalação e a capacidade de atender áreas remotas. “A energia solar pode ser empregada em todo o território brasileiro, uma vez que todas as regiões do país possuem elevadas taxas de irradiação solar. Vale ressaltar que as regiões Nordeste e Centro-Oeste são as que possuem os maiores potenciais de aproveitamento”, aponta o manual.

Matriz elétrica nacional

Os últimos anos têm sido de crescimento do uso de energia renovável no Brasil e a expectativa é de continuidade de expansão. A eólica ocupa a segunda posição na matriz nacional e a solar aparece em quinto lugar. De acordo com os dados da ABEEólica, as hidrelétricas seguem como principal fonte de energia elétrica, sendo responsáveis por 58,7% da geração. Os parques eólicos correspondem a 10,3%, e o sistema fotovoltaico por um total de 1,9%.

Em fevereiro deste ano, a energia eólica atingiu a marca de 18 GW de capacidade instalada, o que revela significativa expansão nos últimos dez anos. Em 2011, a capacidade era inferior a 1 GW. “É um feito impressionante, fruto não apenas dos bons ventos brasileiros, mas também de uma indústria que se dedicou a construir fábricas, trazer e implantar novas tecnologias e que se tornou muito competitiva”, avalia a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, em texto publicado no site da entidade.

A expectativa da associação é chegar a 28 GW nos próximos três anos. Com relação à energia solar, o ONS estima encerrar o ano de 2021 com uma representação de 2,3% na matriz elétrica.

Planejamento 

A trajetória para a ampliação do uso de energia renovável no Brasil passa pela viabilidade de obras de parques eólicos e usinas solares, o que requer planejamento por parte das indústrias. Neste processo, o aluguel de gerador de energia é fundamental para assegurar a oferta.

O equipamento é utilizado desde a etapa inicial, quando ainda não há produção de energia pelas usinas, até a fase final para a realização de testes. Já os bancos de carga são necessários para simular o consumo da energia produzida e garantir o desempenho seguro do maquinário recém-instalado.

Fonte: Pixabay

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