De olho na obra: Falhas na aplicação comprometem impermeabilização

Erros recorrentes reduzem o desempenho e a durabilidade dos sistemas construtivos

Dezembro, 2025 – A impermeabilização é uma etapa essencial para a proteção das edificações, mas ainda figura entre os sistemas que mais apresentam falhas ao longo da vida útil das obras. Na maioria dos casos, os problemas não estão ligados ao produto em si, mas a erros cometidos durante o projeto ou a aplicação, que acabam comprometendo o desempenho esperado e gerando infiltrações precoces.

Segundo Vanessa Barbosa, consultora técnica especializada do Grupo Soprema, um dos equívocos mais frequentes é a ausência de um projeto de impermeabilização específico. “Muitas obras tratam a impermeabilização como uma etapa secundária, sem detalhamento técnico adequado. Isso leva à escolha incorreta de sistemas e à falta de compatibilização com a estrutura e com os demais elementos da construção”, explica.

Outro erro recorrente está relacionado ao preparo inadequado do substrato. Superfícies sujas, úmidas, com pó solto, óleo ou irregularidades prejudicam a aderência do sistema impermeabilizante. “Mesmo produtos de alto desempenho não funcionam corretamente quando aplicados sobre uma base mal preparada. Esse é um ponto crítico que, muitas vezes, é negligenciado para ganhar tempo na obra”, destaca a profissional.

A execução fora das condições recomendadas também compromete o resultado final. Aplicar impermeabilizantes em temperaturas inadequadas, sob incidência de chuva ou sem respeitar os tempos de cura entre demãos são práticas comuns que afetam diretamente a formação da membrana. Além disso, a utilização de mão de obra não capacitada aumenta o risco de falhas em detalhes construtivos, como ralos, rodapés, juntas e passagens de tubulações.

A escolha inadequada do sistema para cada área é outro fator determinante. Áreas sujeitas à movimentação estrutural, pressão hidrostática ou exposição direta ao sol exigem soluções específicas. “Não existe um produto universal. Cada situação demanda um sistema compatível com as solicitações mecânicas, químicas e ambientais do local”, afirma a especialista.

Para evitar retrabalhos e custos elevados, a recomendação é planejar a impermeabilização desde o início da obra e investir em capacitação técnica. “Quando os erros são evitados na origem, o sistema cumpre sua função de proteger a estrutura, os revestimentos e os acabamentos por muitos anos. A impermeabilização bem executada é um investimento em durabilidade”, conclui Vanessa Barbosa.

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