Gigantes da Engenharia: Construtoras brasileiras ficam de fora do leilão das obras do Túnel Santos – Guarujá orçado em R$ 6,8 Bilhões; Mota-Engil, empresa portuguesa recebeu investimentos da China para vencer o leilão.

Setembro, 2025 – A Engenharia brasileira reconhecida internacionalmente pela sua competência na execução  de grandes obras de infraestrutura espalhadas pelo mundo, como: África, Oriente Médio, América Latina e Central, Estados Unidos e Canadá foi duramente penalizada na maior obra do #NOVOPAC – Túnel Santos- Guarujá ou seja ficou de fora das obras da construção do Túnel Santos- Guarujá, em decorrência de um edital confuso e focado em grupos internacionais.

O resultado do leilão que aconteceu na última sexta-feira(05/09), na B3, em São Paulo fez com que a construtora portuguesa Mota-Engil  fosse a única vencedora do certame. Nos corredores, grupos apontam que investidores chineses foram os grandes vencedores do pleito e utilizaram a Mota-Engil com o objetivo de liderar grandes obras no Brasil. Outro investidor foi o BNDES. 

O Brasil precisa saber qual caminho tomar ou do grande Fazendão exportador de minérios e grãos ou se um país de ponta, com uma engenharia forte e sua indústria de alto nível.

Detalhes do leilão: 

Maior obra de infraestrutura do Novo PAC, o túnel Santos-Guarujá atraiu investimentos de R$ 6,8 bilhões em leilão realizado na última sexta-feira (5), na sede da B3, em São Paulo, numa parceria do governo federal e do estado de São Paulo. Na disputa pelo direito de construir e operar o primeiro túnel imerso da América Latina, a empresa portuguesa Mota-Engil foi a vencedora do leilão, com a melhor proposta sobre a contrapartida do poder público para o projeto.

“Esse é o fim de uma espera de 100 anos. É um projeto grandioso, que além de ligar Santos a Guarujá, vai gerar emprego e renda, melhorar a logística do Porto de Santos e a mobilidade da região”, comemorou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, lembrando do empenho do governo federal e do Ministério em tirar do papel um projeto esperado há um século. O túnel, que é uma obra inédita de engenharia no Brasil, terá extensão de 1,5 quilômetro, sendo 870 metros imersos. 

A Mota-Engil, que superou a concorrente espanhola Acciona na disputa, tem participação de 32,4% da empresa chinesa CCCC (China Communications Construction Company), com expertise na construção de obras imersas, como o túnel Taihu, o maior da China, com 10,8 quilômetros de extensão. O leilão foi definido com a abertura das propostas apresentadas no início da semana pelas concorrentes.

“O sucesso desse leilão mostra a confiança dos investidores no Brasil, que se apresenta como uma importante janela de oportunidades, pela segurança jurídica, pela robusta carteira de projetos e pelas opções de crédito existentes no País”, ressaltou Silvio Costa Filho, lembrando que ainda neste ano o Ministério de Portos e Aeroportos realizará outros leilões, que vão somar investimentos de cerca de R$ 20 bilhões. Entre os certames, estão outros dois empreendimentos no Porto de Santos: o terminal de contêineres Tecon Santos 10 e o canal de acesso ao porto. Também serão leiloados em 2025 o canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR) e terminais portuários privados.

Batendo o martelo na B3

“Eu estou muito feliz de estar participando desse momento histórico, o momento de fortalecimento do diálogo institucional, o momento de fortalecimento do pacto federativo, que é isso que a gente precisa. Importante ressaltar que nós estamos vivendo o melhor momento da história do Brasil em concessões. Nós tivemos, em 2024, o melhor ano na história do país, mas estamos superando agora em 2025. Parabéns a todos envolvidos nesta construção coletiva a favor do povo brasileiro”, disse Silvio Costa Filho convidando o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas a bater o martelo na B3.

“O importante é que a população de São Paulo finalmente vai ver uma obra, imaginada 100 anos atrás, sair do papel. É esse espírito que deve presidir os trabalhos da Federação sempre. Daqui a alguns anos, nós vamos celebrar a inauguração dessa obra e tanta gente vai ser beneficiada. E nós vamos nos lembrar do dia de hoje, pois é assim que se faz política, é assim que se constrói a democracia”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Um dia histórico para ficar gravado na memória das pessoas e, com toda a certeza, a gente vai ver os bons frutos disso ainda sendo colhido, com a execução da obra e ter esse empreendimento plenamente executado, trazendo mais qualidade de vida para as pessoas, e colaborando, e muito, com a logística do nosso Porto de Santos”, avaliou o Secretário Nacional de Portos do MPor, Alex Ávila.

Presente na cerimônia, o vice-presidente da República e ministro ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou  a importância que a obra terá para o porto e sobretudo para a população da Baixada Santista. “Estamos viabilizando a execução importantíssima dessa obra com a participação por parceria público-privada de PPP para construir e operar por 30 anos um túnel que vai passar pedestre, bicicleta, moto, carro, ônibus, caminhão VLT que nós fizemos – vai chegar no Guarujá, então estratégico reduzindo custos –  passagem de 2, 3 minutos e aumentando e fortalecendo a nossa economia”, mencionou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou a presença de empresas estrangeiras e o resultado final do certame. Hoje, podemos celebrar a participação das empresas que enriqueceram esse processo, ajudaram a gente ter um projeto muito mais crível, muito mais ajustado e muito mais propenso ao sucesso. A gente conseguiu atrair a atenção da iniciativa privada, que entendeu que esse projeto faz sentido e que está bem estruturado. Se não fosse assim, nós não teríamos grandes players da infraestrutura mundial aqui conosco”, destacou.

Encurtando distâncias

O túnel Santos-Guarujá promete transformar a mobilidade da Baixada Santista. A ligação fixa entre as duas cidades reduzirá o tempo de travessia para apenas dois minutos. Hoje, a travessia de balsa leva em média 18 minutos – sem contar filas e atrasos –, enquanto pela estrada o percurso pode chegar a uma hora para completar os 40 quilômetros.

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