Prestes a ser inaugurada, unidade de 1.185m² no coração da Amazônia utilizou 38 toneladas de materiais disponibilizados pela Espaço Smart, que só puderam ser entregues de avião
Junho, 2025 – Com o objetivo de mudar a realidade de acesso à saúde de mais de 10 mil indígenas de cerca de 60 comunidades, será inaugurado o primeiro hospital construído no coração da Terra Yanomami, em Surucucu, Roraima. O Centro de Referência em Saúde Indígena representa um avanço inédito na estruturação de políticas públicas voltadas à população yanomami e já está em fase de construção, com expectativa de entrega ainda para este ano.
Com 1.185m² de área construída, a unidade foi montada a partir de 38 toneladas de aço leve e aço pesado, com base no projeto estrutural desenvolvido com a tecnologia steel frame da Espaço Smart, maior ecossistema de steel frame da América Latina. Neste formato os tijolos são substituídos por barras de aço galvanizado pré moldados, que já chegam com as medidas e quantidades necessárias para a obra, evitando sobras que precisam ser redirecionadas ao final da obra, bem como o transporte de materiais desnecessários.
“Para atender a região, foi necessário desenvolvermos peças de aço e drywall diferenciadas, com medidas que pudessem caber nas aeronaves que fazem o trajeto até a comunidade, já que não existe acesso por terra. Seria impossível imaginar uma obra desse tamanho em alvenaria em um lugar tão isolado”, explica o CEO da Espaço Smart, Rubens Campos.
A escolha do método construtivo, além de atender às limitações logísticas, foi feita pensando também nos atributos inerentes ao modelo, que permite uma construção mais ágil, limpa e eficiente, características essenciais para obras em regiões remotas. “Junto ao transporte dos materiais e possíveis excedentes, também consideramos a mão de obra dessa construção. Com o steel conseguimos entregar o hospital em menos tempo e com uma equipe de trabalhadores reduzida, em comparação a alvenaria tradicional. A logística de enviar uma grande quantidade de mão de obra qualificada para a região também seria significativamente trabalhosa. Cada peça foi pensada para superar os obstáculos e respeitar o território onde estamos construindo”, complementa o CEO.
Liderado pela CUFA (Central Única das Favelas), o projeto conta com salas de atendimento, alojamentos, refeitórios, sistemas de abastecimento de água, saneamento básico e tratamento de resíduos. Toda a infraestrutura foi planejada para garantir o funcionamento contínuo da unidade de saúde e oferecer dignidade à população indígena. A previsão é de que o hospital seja inaugurado nos próximos meses
“A construção de um hospital para a população yanomami é, primeiramente, um gesto de cuidado e valorização desse povo, mas também um marco para a construção civil. Esse prédio evidencia a necessidade de transformação e inovação no setor para conseguirmos combater o déficit habitacional do país e levar mais dignidade e qualidade de vida até mesmo para as regiões mais afastadas do Brasil”, afirma Rubens.