Mesmo com juros altos, mercado imobiliário mostra resiliência e cresce no terceiro trimestre

Setor acumula 307 mil lançamentos e 312 mil vendas no ano; programas habitacionais e demanda reprimida sustentam avanço, aponta CBIC

Novembro, 2025 – O mercado imobiliário brasileiro manteve ritmo de crescimento no terceiro trimestre de 2025, com alta nos lançamentos e nas vendas, segundo os Indicadores Imobiliários Nacionais divulgados nesta segunda-feira (17) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O levantamento foi realizado em parceria com a Brain Inteligência Estratégica em 221 cidades brasileiras.

Entre julho e setembro, foram 108,8 mil unidades lançadas, elevando o total do ano para 307,4 mil, aumento de 8,4% em relação aos primeiros nove meses de 2024. As vendas somaram 101.345 mil unidades no trimestre e 312,2 mil no acumulado do ano, avanço de 5% na mesma comparação.

“A despeito da conjuntura econômica, com a taxa de juros no maior patamar da história recente, o mercado imobiliário brasileiro mostrou mais uma vez sua força e resiliência”, disse o presidente-executivo da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho. O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu em sua última reunião, no início do mês, manter a Selic em 15%.

Entre as regiões, o Centro-Oeste teve a maior expansão percentual de lançamentos no terceiro trimestre de 2025: alta de 53,5% no trimestre, com 7.313 novas unidades. Em números absolutos, o Sudeste liderou, com 59,8 mil lançamentos, 4,3% acima do trimestre anterior. A região Norte foi a única com retração: queda de 34,4%, para 2.757 unidades.

No acumulado de 12 meses, o país atingiu 433 mil unidades lançadas, recorde histórico. “É um número expressivo, especialmente diante do cenário de juros altos. Ele reflete a forte demanda habitacional existente no país”, afirmou Ely Wertheim, vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC e presidente executivo do Secovi-SP.

O Valor Geral Lançado (VGL) somou R$ 68,5 bilhões no trimestre e R$ 198,9 bilhões no acumulado do ano, alta de 22,9% em relação a 2024. O Valor Geral Vendido (VGV) atingiu R$ 62,3 bilhões no trimestre e R$ 188,7 bilhões no ano, crescimento de 13,2%.

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue como principal motor do setor: 47% dos lançamentos e 44% das vendas do trimestre foram do programa. Na cidade de São Paulo, a fatia de lançamentos do MCMV chegou a 66%. A oferta disponível de imóveis do programa, 110,5 mil unidades ao final do terceiro, se esgotaria em sete meses, se mantido o ritmo atual de vendas.

O levantamento mostra ainda um aumento na intenção de compra: 48% dos entrevistados afirmaram planejar adquirir um imóvel nos próximos 24 meses, ante 46% no mesmo período de 2024. A geração Z (21 a 28 anos) lidera esse movimento, com 61% de intenção de compra. Entre os baby boomers (61 a 79 anos), o índice é de 25%.

“A alta nas intenções de compra, especialmente entre os jovens da geração Z, é um sinal importante de renovação da base de consumidores do mercado imobiliário. Há uma mudança de perfil acontecendo, com o imóvel voltando a ser visto como um ativo de segurança e investimento”, ressaltou Celso Petrucci, conselheiro da CBIC e economista-chefe do Secovi-SP.

Fonte: Agência  CBIC

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