Elaborado pelo Energy Center, vertical de energia da MIT Technology Review Brasil em parceria com o Energy Summit, o documento destaca a pressão imediata sobre o setor, com impactos da IA, segurança digital e novas rotas de descarbonização
Outubro, 2025 – O Energy Summit e a MIT Technology Review Brasil, por meio do Energy Center, acabam de lançar o relatório “10 Energy Megatrends 2025”, que reúne as principais forças tecnológicas, econômicas e geopolíticas que estão moldando o futuro da energia. Produzido a partir do innovation stakeholder model do MIT, o documento aponta que a transição deixou de ser um plano de longo prazo para se tornar uma pressão real e imediata sobre governos, empresas e consumidores, impulsionada por fatores como o avanço da inteligência artificial, a digitalização das redes e a urgência climática.
O relatório é resultado de profundos debates e análises durante Energy Summit 2025, maior evento global de inovação e empreendedorismo em energia e sustentabilidade, realizado em junho, no Rio de Janeiro, que reuniu cerca de 12 mil participantes e centenas de líderes nacionais e internacionais de destaque no setor. Mais do que tendências de longo prazo, a edição deste ano revela pressões imediatas que já estão redesenhando o sistema energético global.
O relatório 2025 destaca as seguintes megatendências:
- Datacenter e Infraestrutura para IA – IA generativa pressiona o consumo energético e exige novos contratos de energia limpa, eficiência em resfriamento e reaproveitamento de calor.
- Ciber-resiliência energética – proteção contra ataques digitais se torna prioridade em redes críticas e ativos distribuídos.
- Veículos híbridos (HEV) – solução-ponte em mercados onde os elétricos ainda enfrentam barreiras de preço e infraestrutura.
- Biometano e biogás – aproveitamento de resíduos do agronegócio e das cidades para gerar segurança de suprimento e reduzir emissões de metano.
- Deeptechs na transição energética – tecnologias de fronteira, como captura e uso de carbono, novos materiais e manufatura limpa, avançam para projetos piloto.
- Usinas Virtuais de Energia (VPPs) – agregam milhares de recursos distribuídos, como baterias residenciais e carros elétricos, funcionando como novas usinas.
- Baterias alternativas ao lítio – sódio, estado sólido e LMFP ampliam opções de armazenamento, reduzem custos e fortalecem a resiliência das cadeias.
- Descarbonização do transporte marítimo – navios a metanol e amônia ganham espaço, impulsionados por regras internacionais e contratos de combustíveis sintéticos.
- Processamento submarino avançado de O&G – tecnologias que aumentam a eficiência, reduzem emissões e prolongam a vida útil dos campos.
- Geopolítica da energia e cadeias críticas – minerais estratégicos, semicondutores e rotas marítimas passam ao centro das políticas industriais globais.
Segundo Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit e Vice-Presidente de Energia e Sustentabilidade da MIT Technology Review Brasil, as tendências revelam que o desafio deixou de ser apenas de planejamento para se tornar uma pressão concreta sobre governos, empresas e consumidores. “A transição energética agora é uma urgência estratégica. O relatório mostra que já estamos lidando com efeitos da digitalização, da IA e da geopolítica, e que precisamos alinhar políticas públicas, ciência aplicada, capital e empreendedorismo. O Brasil, pela sua matriz elétrica renovável, agronegócio robusto e posição logística, tem uma oportunidade única de protagonismo nessa nova fase”, afirma.
Para o executivo, a comparação com o relatório do ano anterior mostra que o debate amadureceu e que a transição energética entrou em uma nova etapa. “Se em 2024 as megatendências estavam focadas em aceleração tecnológica, o relatório de 2025 mostra um cenário de execução. As inovações deixaram o laboratório e chegaram ao mercado, transformando ciência em infraestrutura e políticas públicas. É um novo ciclo da transição, mais pragmático e interdependente”, conclui.
As megatendências indicam um futuro de maior complexidade, no qual ciência, inovação e governança serão essenciais para equilibrar viabilidade econômica, segurança e sustentabilidade. Para Luiz Mandarino, COO do Energy Center, os pontos destacados no relatório apontam para um cenário conectado e desafiador:
“As megatendências mostram que a transição energética já não é mais uma visão de futuro, mas uma agenda presente e estratégica. Nosso papel é justamente transformar conhecimento e tecnologia em soluções aplicáveis, capazes de gerar eficiência, reduzir riscos e acelerar o impacto positivo da inovação no setor.”
Confira o relatório completo neste link: 10 Energy Megatrends 2025



