A abertura do festival aconteceu na sexta-feira (1º), no Instituto Pretos Novos, na Pequena África (RJ), com um momento potente de reflexão sobre a ancestralidade negra e a força da capoeira como herança viva. Na ocasião, foram lançados dois importantes livros: “Da Navalha ao Berimbau”, do Mestre Columá, e “Bimba, um século da capoeira regional”, do Mestre Nenel, filho de Mestre Bimba, patrono da capoeira regional. O encontro foi marcado por falas emocionantes e uma apresentação sobre o Instituto feita por Alexandre Nadai e uma simbólica roda de capoeira dentro do IPN, espaço sagrado da memória negra no Brasil.
No sábado (2), o festival seguiu para Piratininga, em Niterói, cercado pela natureza e pela energia acolhedora do Centro Ecocultural Sueli Pontes. Pela manhã, o público participou do curso prático de capoeira regional com a presença ilustre de Mestre Nenel, Mestra Preguiça e Professor Simba, vindos diretamente de Salvador – BA, da Escola de Capoeira Filhos de Bimba. Estiveram presentes capoeiristas de diversas partes do estado do Rio de Janeiro como: Niterói, Friburgo, Rio das Ostras, São Gonçalo, Cabo Frio, Saquarema, e Nova Iguaçu e de outros estados, em uma verdadeira confraternização nacional da arte-luta.
Durante a tarde, o festival aprofundou os saberes com uma palestra sobre os fundamentos e a musicalidade da capoeira regional, conduzida por Mestre Nenel. O dia se encerrou com uma roda vibrante, unindo diferentes gerações.
Já no domingo (3), Dia do Capoeirista, o encerramento foi marcado por emoção e reconhecimento. Pela manhã, aconteceram os Jogos Escolares de Capoeira, com muita torcida e alegria entre as crianças e famílias. Logo em seguida, o ápice do festival: a Cerimônia de Reconhecimento da Corda Vermelha.
Os mestres Sil, Dente e Naldo foram homenageados por suas trajetórias com mais 30 anos dedicados a essa arte, receberam a honraria das mãos do Mestre Nagô, num momento carregado de memória, afeto e respeito. O 2º Festival Ginga Niterói reafirmou o poder da capoeira como ferramenta de transformação, ancestralidade. Um vento híbrido, acessível, inclusivo e gratuito.
Este evento, foi um ato de resistência cultural, um lembrete para que o Dia do Capoeirista se torne uma data nacional, foi a celebração de histórias e plantio para o futuro.