Petrobras sufoca economia brasileira: FUP e Sindipetro-NF promovem ação Preço Justo do gás em Padre Miguel (RJ)

Rio de Janeiro, 11 de fevereiro de 2022 – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) promoveram na manhã desta quinta-feira, 11, em Padre Miguel (RJ), a ação “Preço Justo”, com a venda de 440 botijões de gás de 13 litros, a R$ 50 cada um, valor que corresponde a pelo menos a metade do preço praticado hoje no mercado.  Além da oportunidade de comprar o gás de cozinha, os moradores do Conjunto Residencial Cardeal Dom Jaime também receberam cestas básicas e 200 pacotes de absorventes, que fazem parte da campanha contra a pobreza menstrual, lançada no Dia Internacional da Mulher (8/3), pelo Sindipetro-NF.

Botijão de Gás: Moradores de Padre Miguel na ação PREÇO JUSTO. Foto: Dani Dacorso

A ação aconteceu um dia após a Petrobrás anunciar mais um reajuste nos preços dos derivados de petróleo, elevando 19% o preço da gasolina, 29% o diesel e 18% o gás de cozinha de 13kg. O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano, comentou como a medida afeta a população brasileira.

“A ação da FUP e do Sindipetro-NF é extremamente importante para dar condições para a população fazer o seu alimento. Alimento que vai ficar mais caro por conta da falta de fertilizantes e do aumento dos preços da Petrobrás que mais uma vez vai castigar toda a população. A gente entende que essa ação serve para alertar as pessoas sobre a necessidade de reverter esse quadro e mudar o governo. Precisamos de um governo que se preocupe com o social e que faça a Petrobrás ser mais uma vez de todos os brasileiros”, defendeu Castellano.

Participaram da campanha representantes da FUP e do Sindipetro-NF. Além de prestar ajuda humanitária para famílias, os dirigentes explicaram à população sobre os prejuízos da política de reajustes dos combustíveis baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016, que considera o preço do petróleo no mercado internacional, a cotação do dólar e custos de importação de derivados, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. O impacto do PPI vai além do valor dos derivados de petróleo, como gás de cozinha, óleo diesel e gasolina: também afeta os preços dos alimentos, transportes e demais itens, num efeito cascata com forte impacto sobre a inflação.

Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF, ressaltou que o sorriso da classe trabalhadora e operária do Brasil está sumindo. “Ele tira também a comida e o botijão da cozinha de cada brasileiro. Esse governo não é um governo para o pobre e para comunidade”, discursou ele, durante a ação.

José Maria Rangel, diretor do Sindipetro-NF e ex-coordenador geral da FUP, conta que a ação preço justo do gás é mais uma forma de a comunidade petroleira ajudar os mais carentes em meio à pandemia. “O Brasil está numa situação deplorável. A gasolina está quase 10 reais, o botijão quase 150 reais, 40 milhões de brasileiros estão passando fome; 20 milhões estão desempregados; mais de 150 milhões morrendo por causa da Covid-19”, disse o dirigente.

“A FUP e o Sindipetro-NF estão juntos com a Associação de Moradores (do Residencial Cardeal Dom Jaime de Padre Miguel) para fazer mais uma ação de venda a preço justo que o governo Bolsonaro parou de proporcionar. O povo brasileiro passa fome e voltou a cozinhar na lenha. Vamos enfrentar juntos a guerra contra a fome e injustiça social”, afirmou o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

A venda do gás a 50 reais é um alívio para o bolso dos consumidores que vieram de toda a zona oeste do Rio de Janeiro para participar da ação. O aposentado Paulo Fernandes de Souza, mais conhecido como Paulão da Saúde, falou como o botijão de gás a 150 reais tem afetado a sua vida e das comunidades de Padre Miguel e Vila Kennedy. “Com esse governo quem aguenta? Tem pessoas na comunidade fazendo cozinha solidária para ajudar o povo. Esse gás hoje está sendo uma bênção”, desabafou Paulão da Saúde.

Nete Melo Mendes, de 66 anos, moradora há 50 anos de Padre Miguel, que vive com o filho a rotina do desemprego, lamenta a falta de perspectiva em relação a atual situação do país. “Lá em casa estamos todos desempregados, está muito difícil. Estamos sobrevivendo aos trancos e barrancos, não sabemos mais o que fazer?!”, disse Nete.

Para o professor de dança de Bangu, Leonardo de Castro Silva, 35 anos, a presença de muitas famílias fazendo fila desde cedo é a prova que todos estão precisando de ajuda. “Não baixa o preço de nada. Não tem emprego para todos e agora até o trem aumentou. A ação de hoje vai ajudar muito para aliviar as contas do mês. Tem muita família que está sem gás em casa”, comentou Leonardo.

Fonte: FUP/SINDIPETRO-NF

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