Medida errada: Aumento na taxa de juros em 13,75% gera impacto no faturamento das empresas

Segundo o sócio do Grupo Fictor, Rafael Ferreira, o mercado vive uma tensão, pois com os juros mais altos a tendência é a despesa financeira aumentar e isso impactar diretamente no faturamento das empresas. Nesta quarta-feira (3) o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 13,25% para 13,75% ao ano.

Segue abaixo um bate papo com Rafael Ferreira:

P: Como o mercado vai reagir ao aumento?

Rafael –  Com o aumento da Selic para 13,75% a maior desde meados de 2017, a alta da taxa de juros é a forma encontrada para controlar a inflação. Desta forma, o mercado vive uma tensão pois com os juros mais altos a tendencia é a despesa financeira aumentar e isso impactar diretamente no faturamento das empresas. Além disso, com os juros acima do normal diminui a procura de créditos bancários para consumo e giro para empresas de pequeno e médio porte.

P: A alta da taxa de juros no Brasil e em diversos países, como Argentina e Estados Unidos, pode ser um sinal da recessão global?

Rafael –  Sim. A tendência é países subdesenvolvidos e desenvolvidos também aumentarem as taxas de juros devido ao descontrole causado pela pandemia e pela guerra envolvendo Ucrânia e Rússia, que são de suma importância à nível mundial econômico, vide que potências mundiais estão com inflações acumuladas em 2022. Esse é um dos primeiros sinais de uma recessão global, ou seja, um encolhimento econômico mundial.

P: Quem investe no mercado financeiro deve se preparar como?

Rafael –  Com relação a quem investe no mercado financeiro, com a taxa de juros alta, a inflação tende a ficar mais controlada. Sendo assim, com a taxa de juros mais alta, a busca pelo crédito diminui, pois fica mais caro e estimula o mercado a investir na poupança. Com isso, gera uma diminuição do crescimento da economia e retardando o crescimento. Entretanto, para quem investe, o momento é ver as oportunidades de renda fixas e títulos pré-fixados, pois com a taxa de juros alta, o retorno sobre os investimentos consequentemente terá melhores retornos.

P: E as empresas? Como devem se preparar, de forma que consigam manter um caixa para investimentos?

Rafael – A despesa financeira ficará mais cara e as empresas que necessitam de capital de giro ou algum tipo de antecipação bancária vão sofrer com a aumento da taxa de juros. Recorrer a dinheiro privado por muitas vezes será uma saída e a necessidade de negociar melhores prazos com seus fornecedores com o interesse de conseguir um giro maior sem necessitar antecipar seu caixa. Com isso, não precisará pagar tantos juros e principalmente controlar seus gastos operacionais financeiros, pois esse é o fator que mais será impactado com essa nova fase mundial.

 

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