Indústria de máquinas e equipamentos segue com vendas abaixo da média e setor pressiona governo federal para mudar quadro urgente.

Fevereiro, 2017 – Economia não decola e medidas propostas pelo governo federal não tem dado resultado positivo, nas indústrias de máquinas e equipamentos no país. Em recente boletim divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAQ, referente ao mês de janeiro de 2017, o cenário é preocupante.

Segue na íntegra dados da ABIMAQ – Janeiro de 2017:

A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos continua em níveis muito reduzidos. Em janeiro em relação a dezembro a receita recuou 19%. Em relação a Janeiro de 2016, o pior resultado deste mês na série, a receita ficou praticamente estável (+0,3%). Os sinais do mercado continuam contraditórios com relação a uma possível recuperação da economia.

Os investimentos medidos pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos continuam em queda. Em janeiro a redução foi de 2,6% quando comparado com o mês imediatamente anterior. No resultado interanual, a queda foi ainda pior, 18,2%. Indicadores antecedentes como nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação e nível de confiança empresarial continuam apontando para adiamentos dos investimentos.

Trata-se, provavelmente, da maior crise da história do setor. Mesmo diante de uma retomada da economia, a indústria de máquinas e equipamentos deve ser a última a voltar a crescer em função do elevado nível de ociosidade da indústria que leva ao adiamento dos investimentos produtivos.

Os preços das máquinas e equipamentos medidos pela FGV registraram crescimento acima do IPCA em janeiro. Provavelmente pressionados pelos aumentos de insumos observados nos últimos meses. Meses consecutivos de redução nas margens estão inviabilizando a absorção dos aumentos de insumos.

A apreciação do real ocorrida em 2016, e sua continuidade em 2017 voltou a prejudicar a competitividade da indústria de transformação brasileira. O cenário para a taxa de câmbio melhorou ligeiramente com a vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA, por causa do aumento da incerteza somado à expectativa de alta da taxa de juros norte-americana. Mas no último mês a moeda brasileira voltou para a casa dos R$/US$ 3,10.

A valorização do Real tem sacrificado, mais uma vez, o setor fabricante de máquinas e equipamentos. Em janeiro de 2017 as exportações caíram 38,7% em relação ao mês imediatamente anterior e, 12,4%, na comparação interanual. Um dos poucos vetores para a saída do setor da crise brasileira, as exportações, deixa de existir.

A queda das exportações, atingiu 4 dos 7 segmentos da Indústria de Bens de Capital. Máquinas para Bens de Consumo foi o setor que obteve o pior resultado, reduzindo suas exportações em 73,6%, quando comparado com janeiro de 2016. Outros setores que apresentaram redução em suas exportações foram, Componentes para a Indústria de Bens de Capital, Máquinas para a Indústria de Transformação e Máquinas para Petróleo e Energia Reno

Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos (M&E) são, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. Observa-se, em 2017, um aumento na participação da América Latina nas exportações brasileiras e queda das exportações para a Europa. A participação da China, que no início de 2016 foi significativo, em 2017 não apresentou resultado expressivo.

O desempenho das importações mantém a tendência de estabilidade observada no último trimestre de 2016. Em janeiro de 2017 cresceu apenas 0,4%, na comparação com o mês imediatamente anterior. Por conta da fraca demanda interna, as importações registram forte queda na comparação interanual (15,6%). O déficit comercial em janeiro/17 comparado com dezembro/16 foi uma alta de 72,4%, e na comparação interanual o déficit apresentou queda de 17,6%.

A queda interanual de 15,6%, foi verificada nas importações realizadas por 4 dos sete segmentos da indústria de transformação. A maior queda foi do segmento de petróleo e energia renovável, seguido pelo setor relacionado a logística e construção civil, indústria de transformação e indústria de base.

Os Estados Unidos, em janeiro/17, apresentaram crescimento nas suas exportações de Bens de Capital para o Brasil e mantiveram a primeira posição com participação no ranking em valores. A China e a Alemanha registraram participação de 18,6% e 16,7%, respectivamente e também crescem quando comparado com o ano de 2016. A Coreia do Sul que foi o grande destaque em 2016 por conta de investimentos para siderurgia, voltou à sua participação história.

O NUCI, em janeiro/17, apresentou crescimento de 1,3%, na comparação com o mês imediatamente anterior e 8,1%, na comparação interanual. A carteira de pedidos, medida em meses para seu atendimento, apresentou o pior resultado da série histórica iniciada em 1999, com 2,2 meses para atendimento em janeiro/17, sua queda comparada com dezembro/16 foi de 12,2% e na comparação interanual a redução foi ainda pior, 16,2%.

O número de pessoas ocupadas na indústria de máquinas e equipamentos encerrou janeiro/17 com 292,4 mil, o que representa um recuo de 6,1% ou 18,9 mil empregados a menos em relação a jan/16. Com isso, o número de pessoas ocupadas do setor voltou para o nível de 2004 (em maio daquele ano, eram 290,3 mil empregados). Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados mais de 87 mil (87,8 mil) postos de trabalho no setor.

Fonte: Imprensa/ABIMAQ

 

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