Construir está muito mais caro para construtores, lojistas e clientes: Vergalhão de aço, revestimentos cerâmicos, tubos e conexões de pvc e derivados de cimento.

É visível o bom momento da indústria de material de construção no Brasil. Muita lojas abriram pelo país, o mundo digital aprimorou novas formas de vendas, facilitando a vida dos construtores e dos clientes em geral. Estima-se um faturamento acima de 10% neste ano de 2021, segundo a ABRAMAT(Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)

No Rio, quem passa pelo vazio centro da cidade, observa facilmente muitas obras e reformas em andamento. O retrofit tomou conta dos antigos hotéis e prédios comerciais que logo darão espaço para prédios mistos ou residenciais tipo Loft e Stúdios.

Entretanto, nem tudo é alegria. Os custos para se construir estão elevadíssimos. O tripé: Juros altos, Inflação e Dólar valorizado, pressionam o setor.  Numa insensatez sem tamanho, o Ministério da Economia e o Banco Central aumentaram novamente a Taxa de Juros como o objetivo de combater a Inflação (não vai dá certo).

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%. Foto: JCC

De acordo com a CBIC,  desde o início do segundo semestre de 2020, os materiais de construção vêm registrando forte aceleração. O INCC Materiais e Equipamentos registrou aumento de 42,25% de julho de 2020 a novembro deste ano. Neste período, os insumos que apresentaram as maiores elevações foram:  vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%). “O grande vilão que tivemos foi o aumento de custos. Esse crescimento fora do propósito de insumos gera um descasamento da renda da população com o preço dos imóveis, o que é preocupante”, destacou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Contudo, apesar da elevação constante nos insumos, a construção deve crescer, em 2021, 7,6%, o que corresponde ao melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos. Martins lembrou que apesar do resultado positivo, o setor ainda está 27,44% inferior ao seu pico de atividades, alcançado no início de 2014. “ Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. A venda de hoje é o emprego de amanhã. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho do setor se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, afirmou.

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