Alto custo e falta de matéria-prima atinge metade do setor da construção civil, indica CNI

Janeiro, 2021 – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta segunda-feira (25) estudo que indica que os principais problemas da construção civil atualmente são o alto custo e a falta de matéria-prima. Os dados são da Sondagem Indústria da Construção de dezembro de 2020, realizada com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo o levantamento, a questão dos insumos dificulta a atividade em meio à recuperação econômica desde o terceiro trimestre do ano passado, quando 39,2% dos empresários consultados apontaram o problema, número que subiu para 50,8% no estudo atual, referente ao quarto trimestre de 2020. Além do preço e falta de insumos, a elevada carga tributária foi indicada por 26,8% dos entrevistados. Em terceiro lugar aparece a burocracia excessiva, com 24,1%, seguida da demanda interna insuficiente, com 23,9%.
Em Ponta Grossa, os construtores relataram a alta dos preços já em junho do ano passado e, até agora, insumos continuam com o valor elevado. “Em alguns momentos do ano passado, além da alta do preço, tivemos também desabastecimento. Alguns produtos essenciais estavam em falta ou com o prazo de entrega muito estendido. Produtos como cimento, que eu recebia em dois dias, acabavam sendo entregues com 10, 15 dias”, relata o presidente da Associação Paranaense de Construtores (APC), Gabriel Stallbaum. Segundo ele, esse problema dos prazos foi praticamente normalizado em 2021, o que infelizmente não ocorreu com o custo do material, que segue alto principalmente entre os insumos mais básicos como tijolo e ferro.
Mesmo assim expectativa é boa
Porém, ainda no cenário da pandemia, a expectativa da construção segue acima dos 50 pontos, o que é considerado positivo pelo Índice de Confiança Empresário Industrial (ICEI-Construção). A confiança dos empresários, segundo o estudo, chegou a 56,9% em janeiro de 2021, e a intenção de investir cresceu, totalizando 44 pontos. O índice está acima da média histórica, que é 32,6 pontos, antes da crise decorrente da pandemia.
“Já começamos o ano com os recursos do Programa Casa Verde e Amarela, nossos construtores já estão assinando contratos, então tudo está fluindo. Ouvindo os associados, percebemos que houve uma boa demanda por imóveis em 2020, e acreditamos que 2021 também será produtivo”, afirma o presidente da APC.

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