Desafios para projetos de comunidades planejadas e sustentáveis no Brasil são debatidos no 8º Complan

Fortaleza, outubro de 2018 – No Brasil, morar em comunidades planejadas ou smart cities, onde há vários tipos de comércio e áreas de lazer, além de outras facilidades, ainda é um privilégio para poucos. “Para aqueles que desejam empreender ou tornarem-se master developers é fundamental pensar primeiro no modelo de negócio e depois no projeto”, disse Felipe Cavalcante, presidente da ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil, aos participantes na abertura do 8º COMPLAN – Seminário sobre Comunidades Planejadas, Loteamentos e Desenvolvimento Urbano.

O evento, que foi realizado no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza entre os dias 22 e 23, recebeu mais de 280 participantes, de cinco regiões do país, entre arquitetos e urbanistas, agentes públicos, construtoras, incorporadoras, loteadoras, escritórios jurídicos, instituições financeiras, redes hoteleiras, investidores e proprietários de terrenos.

Cavalcante chamou a atenção da plateia para os desafios dos masterdevelopers e recomendou a leitura do livro “Nimbys Wars”, editado pela ADIT Brasil e lançado em 2016, que oferece respaldo aos gestores e agentes públicos para que os empreendimentos possam ser bem-vindos pela comunidade. “No longo prazo, o urbanismo exige disciplina e planejamento que criem valor para o empreendimento. Paris, por exemplo, tem ótimos espaços públicos, diferentemente dos espaços privados”, afirma o executivo.

Em relação à conveniência e atrativos para os moradores, os pequenos comércios como padarias, lojas e até food truckscontribuem para a valorização do imóvel. No quesito segurança, há várias técnicas que permitem fazer a integração nos arredores, ou fora dos muros. Para Cavalcante, é possível ter qualidade de vida com projetos criativos e que sejam adaptáveis a vários tipos de situações.

Legado de Alphaville

Nesta edição do COMPLAN, o empresário Renato de Albuquerque, 92 anos, foi o homenageado pela sua trajetória e dedicação ao setor. Na década de 1970, ele criou um núcleo de residências em São Paulo, batizado de Alphaville que, até hoje, é referência no segmento imobiliário. O Prêmio Legado ADIT – Uma vida que vale a pena ser vivida foi entregue por Felipe Cavalcante, presidente da ADIT Brasil, sob os aplausos dos participantes.

Entre as muitas histórias para contar, Albuquerque lembrou que “na época, o prefeito de Barueri foi contra o projeto no município, pois queria fomentar a instalação de fábricas, indústrias. Com isso, tivemos que estudar novas formas de viabilizar o empreendimento, assim nasceu um modelo de bairro sustentável”. Juntamente com o sócio, Yojiro Takaoka (que faleceu em 1994), ele comandava as obras do que se tornaria o maior case de sucesso em comunidade planejada do país.

Questionado por Sérgio Villas Bôas, vice-presidente da ADIT Brasil, e por Paulo Toledo, da CIA Inteligência Imobiliária, sobre a marca Alphaville nos dias de hoje, Albuquerque avalia que as dificuldades provocadas pelos desmandos do governo Dilma geraram muitas dificuldades. Por outro lado, o empresário continua ativo, mesmo após a venda do negócio para a Gafisa. Ele se aliou a Nuno Lopes Alves, com quem já tinha feito negócios. “Nos tornamos sócios e fundamos a Artesano”, celebra Albuquerque.

Fonte: Imprensa/ COMPLAN 2018

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